Bullying Story ➸ n.h

➸Sixty-four

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O que aconteceu com o meu Niall?

Lágrimas brotaram nos meus olhos, e escorriam com uma velocidade incrível pelas minhas bochechas. Minha garganta doía, e as palavras ficam presas nela. Me permito chorar em silêncio, dando fungadas baixas, enquanto meu coração suplica para que eu troque a dor dele, por outra dor. Mas, aquilo, eu nunca mais irei fazer. Ele não merece.

* * * *

Niall's Pov

Chego ao meu apartamento, batendo a porta com força. Me jogo no sofá, e as palavras de Katherine surgem na minha mente.

Peter, esse é Niall, meu amigo. Mas você já deve saber quem ele é.

Pego no controle da televisão, jogando-o na parede, fazendo com que esse se quebrasse em vários pedaços. Bufo, com raiva, passando as mãos pelo cabelo.

Por que ela disse aquilo? Ela não quer assumir para que namora comigo? O que deu nela? Era seu primeiro dia, e ela já voltou de mãos dadas com ele, e tudo mais. O que houve com a minha Katherine?

* * * *

Pego a quarta lata de cerveja na minha geladeira, e volto a me sentar no sofá. Hoje, sinceramente, foi um dos piores dias da minha vida. Me sinto vazio, sozinho.

Sem ela, nada mais está fazendo sentido algum, como se eu não devesse existir mais. Meu coração dói como nunca antes eu tinha sentido.

Ela é meu tudo, minha vida, meus pensamentos. E agora, sinto que não tenho nada. Ela está a alguns andares abaixo do meu, mas sinto como se estivesse a milhares de quilometros longe de mim. Eu estou tão perdidamente apaixonado por ela, que eu me rendo. Eu entrego todos os meus sentimentos à ela. Não posso mais lutar, todos os meus pensamentos são ela. Nosso amor é tão simples, mas tão raro. É difícil de explicar, mas continua sendo simples, natural. Eu à amo, sem rótulos, sem julgamentos. Ela faz parte de mim, e não posso negar isso. Apenas algumas horas se passaram, e eu sinto como se fossem anos longe dela.

Algumas lágrimas escorrem pelas minhas bochechas, mas não tento lutar contra isso. Minha mãe disse, que até homens choram. E se as minhas lágrimas forem por causa dela, não lutarei contra isso. Meu coração dói, como se fosse quebrado mil vezes e pisoteado. O único problema, é que ela está certa. Ela pode pisar no meu coração quantas vezes ela quiser, afinal, o meu coração já é dela, sempre foi. A saudade dos seus lábios colados nos meus me corroem. Minhas mãos ansiam a vontade de tocar na sua pele, tão delicada e macia. Minha mente, tão confusa de pensamentos embaralhados, só gostaria de ouvir suas palavras sábias na sua voz melodiosa. E eu. Eu apenas quero-a, tanto quanto nunca quis antes. Sinto que ela não me ama mais.

* * * *

Katherine's Pov.

Limpo as trezentas lágrimas que escorrem pelo meu rosto, tentando esquecer dele por um segundo. Minha mente esta tão confusa e embaralhada, que tem receio de pensar alguma coisa sequer. O que está acontecendo com ele? O que está acontecendo comigo? O que houve conosco?

Me reviro na cama pela décima vez. Minha cabeça dói, meu corpo dói, mas principalmente meu coração. Sinto que ele foi rasgado em milhões de pedacinhos, e atirados no fogo. O único problema, é que ele está certo. Ele pode pisar no meu coração quantas vezes ele quiser, afinal, o meu coração já é dele, sempre foi. Palavras presas na minha garganta, machucam todo o meu interior. Meu orgulho de merda não me permite fazer o que quero, muito menos o que acho que deveria fazer. Meu pai sempre me dizia que quanto mais alto a gente sonha, maior é a queda no final. E sinto que isso foi o que aconteceu. Consegue imaginar? Eu, uma garota simples, que morava em Portugal, sofria bullying, e vivia sendo perseguida por sombras, namorando com ele, um cara irlandês, lindo, famoso, e com milhões de garotas ansiando por apenas um toque, ou uma palavra dirigida à elas. Isso não teria que ter dado certo. Era apenas um sonho que estava indo alto demais, que teria que cair a qualquer momento, qualquer deslize. E foi exatamente o que aconteceu hoje.

Luke: Kat?- entrou no quarto, preocupado. Eu já havia contado a ele o que se passou. A princípio, ele quis ir quebrar a cara do Niall em milhões de pedaços, mas eu o impedi. Era demasiado para ele, apesar de ele merecer.

Eu: Hey...- suspirei. Ele se sentou ao meu lado, e acariciou meu cabelo. Tentei dar um sorriso, mas foi um completo fracasso. Algumas lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, molhando as outras que também já estavam lá. Tento cessar meu choro, mas quando meu irmão me puxa para seu lado, não consigo me conter.

Luke: Isso, chora.- ele diz, acariciando as minhas costas.- Não tenha vergonha de o fazer na minha frente. Sou teu irmão- ele sorri para mim- e estou aqui para te ajudar. Chorar faz bem, não te torna fraca- eu olhos nos olhos dele. Tento sorrir, mas falho, novamente.- Te amo- ele beija a minha testa.

Eu: Desculpa, Luke- gaguejo perto de seu ouvido- E-Eu não tenho que passar meus problemas para você, sou uma idiota- bato com a mão na minha própria testa, condenando a mim mesma.

Luke: Não, Kat. Não fala isso Já disse, estou aqui para te ajudar- ele sussurrou. Murmurei um pequeno "obrigada" no seu ouvido, que beijou carinhosamente minha bochecha.

* * * *

Já passava das 8 horas da noite, quando meu irmão decide que seria bom eu comer alguma coisa, afinal, estou praticamente sem comer nada, desde que cheguei da faculdade. Me levanto da cama quando a voz melodiosa do meu irmão surge na porta do meu quarto, e caminho em direção ao mesmo. Meu irmão passa o braço nos meus ombros, e eu me abraço à ele, enquanto caminhamos até a cozinha.

Me sento numa das banquetas do balcão da cozinha, e Luke coloca arroz, frango e brócolis no meu prato, e eu franzo o cenho.

Eu: Foi você que cozinhou?- perguntei, apontando para o prato.

Luke: Claro!- ele se sentou do meu lado, também com a mesma coisa em seu prato. Sorri-lhe, e levei meu garfo com um pedaço de frango à boca, e arregalo levemente os olhos.

Eu: jura?

Luke: E por que eu mentiria?- ele ri levemente, também levando a comida à boca.

* * * *

Eu: Luke?- pergunto, tateando o peitoral do meu irmão, quando sinto que estou sendo carregada.

Luke: Já está tarde. Você dormiu na metade do filme, amor- ele beija a minha testa.

Assinto com a cabeça, depois sentindo um colchão macio embaixo de mim. Me agarro aos cobertores, soltando um suspiro.

Eu: Boa noite, mano- disse.

Luke: Boa noite, mana- ele deixou um beijo carinhoso na minha bochecha, e saiu do quarto.

Senti minha mente relaxar, e cai num sono profundo.

* * * *