Segunda feira, 4 de fevereiro.
"Baby I love the way you make me feel
Oh, I love the way, the way I love you"
Acordei do meu sono profundo, esfregando meus olhos enquanto algumas palavras sem nexo saíam da minha boca.
Olhei para o meu celular, vendo a data de hoje. Era segunda feira, mais um dia. Me espreguicei, e levantei daquela cama quentinha.
Esfreguei meus braços quando senti uma corrente de vento gelada embater contra a minha pele. Rapidamente, fechei as janelas do meu quarto. Devo ter me esquecido de fechá-las quando fui dormir. Meu pai fazia isso para mim, todas as noites, junto com um "Boa noite, minha princesa", contando com um beijinho na testa. Esse era o gesto mais carinhoso do meu pai, e sempre ficava esperando isso, todos os dias. Às vezes, não nos víamos durante o dia. Ele trabalhava muito na empresa, para conseguir nos dar a vida que tínhamos. O único problema, é que ele não está mais aqui.
Caminhei até o banheiro, e me olhei no espelho. Lavei o rosto com água gelada, e escovei os dentes. Logo em seguida, escovei meu cabelo, e dei uma ajeitada no mesmo. Fiz minhas necessidades, e saí do cubículo. Caminhei em direção ao meu armário, tirando de lá um jeans preto , velho, e uma simples camiseta de manga comprida azul claro. Um casaco preto, meus tênis, e estava pronta. Passei um pouco de perfume que estava em cima da mesa, peguei minha mochila, celular, e desci. Logo que cheguei na cozinha, encontrei Luke sentado na mesa, com uma torrada na mão, e sua pasta do lado.
--Olá, maninho- saudei meu irmão, que estava com sua habitual vestimenta, e com seu simpático sorriso no rosto. Dei um beijo na sua bochecha, e me sentei na sua frente.
--Bom dia, Kat- sorriu, mordendo sua torrada. Peguei num copo, e despejei leite. Bebi um gole, e peguei duas torradas, e algumas uvas. Eu amo uvas.
--Então, Luke. Algo de especial hoje, no escritório?- perguntei, tentando meter conversa.
--Ah, nada de mais. Só alguns processos, e casos de divórcio- encolheu os ombros- O habitual.- falou, bebendo seu café.
--Okay. Ah, quase ia me esquecendo...- levantei da mesa, indo em direção ao pequeno escritório de Luke, pegando no meu quadro que tinha pintado na semana passada. Lição de casa.
--Bem, por mim...- olhou para o seu relógio- já podemos ir.
--Claro- concordei, e nos levantamos, andando em direção ao carro.
* * * *
--Toma cuidado, sim?- falou, enquanto eu fechava a porta do carro.
--Sim, Luke. Até depois- acenei.
--Até.- foi embora.
Respirei fundo, entrando naquele lugar. Recebi alguns olhares feios, e outros desprezíveis, mas tentei ignorar. Balancei um pouco a cabeça, indo em direção ao meu armário. 133. Abri a pequena porta do mesmo, colocando lá meu quadro, já que só era para amanhã. Tirei meus livros de geometria, e algumas tintas e pincéis, que faltavam no meu estojo. Bem, estou cursando a faculdade pública de Artes. Fechei meu armário, dando de cara com Spencer. Dei um pequeno guincho de susto.
--Você quer me matar do coração?- falei, pondo a mão no peito, ofegando de leve.
--Desculpa, senhora assustadinha- falou, e eu mostrei a língua, infantilmente. Ela riu, e começou.- Tenho algumas novidades para te contaaar!- cantarolou, me puxando pelo braço.
--Mas, primeiro, temos que ir pra aula, não podemos chegar atrasadas!- falei, a arrastando para a sala, entrando e nos sentando numas das mesas do fundo.
--Okay, agora eu falo. Eu ganhei...- ela estava começando a falar, quando a professora entra na sala.
--Bom dia alunos!- falou, apressada, e colocando seus materiais em cima da sua mesa.- Hoje temos muito o que fazer, então, se apressem!- falou, batendo suas típicas palminhas.- Bem, hoje vamos ter que fazer esculturas. Podem usar o material que quiserem: argila, papel, papelão, plástico. Soltem a imaginação!- falou, voltando sua atenção aos montes de papéis que estavam em cima da sua mesa.
--Ugh- resmungou ao meu lado, enquanto pegávamos alguma argila- Odeio a alegria daquela velha chata.
--Spencer!- repreendi, meio alto, até.
--Está tudo bem aí?- a professora olhou, desconfiada.
--Está sim, Sra Malone.- falou, me olhando.
--Okay- voltou sua atenção a outro aluno.
--Bem, como eu estava falando antes da velha nos interromper, eu ganhei um ingresso para um show.- ela balbucia.
--E para que show seria esse ingresso?- perguntei, pegando água num pote, e colocando as luvas.
--One. Direction.- falou, pausadamente, o que me fez virar bruscamente e olhar diretamente em seus olhos.
--O que?
--Meu tio trabalha no estádio que vai ser o show. Ganhei 2 ingressos VIP.- ela sorriu, animada.
--Que bom!- falei, meio desanimada. Eu estava feliz por ela, mas eu sempre gostaria de ir em um show do meu primo. Sei lá, revê-lo, depois do que ocorreu com a nossa família.
--E você vai comigo, duh- falou, como se fosse óbvio.
--Eu o que?- perguntei, sem reação, ainda.
--Você vem comigo pro show do seu primo.- Sim, ela sabia disso, mas nunca forçou a barra da amizade. Sei que ela é minha amiga por mim, não por ele.- Vem! Vai ser divertido!
--Bem- sorri, rindo nervosamente- Sim! Eu vou!
--Fico feliz!- exclamou, começando sua escultura, assim como eu.
* * * *
--Vamos Spey! Não quero almoçar sozinha!- implorei.
--Desculpa, Kat, mas hoje não dá mesmo. Meus pais querem que eu almoce com eles, foi mal mesmo.
--Ah- resmunguei.- Mas você vai almoçar comigo amanhã, né?- ameacei, apontando-lhe o dedo.
--Com certeza!- me abraçou.- vejo você amanhã!
--Até!- acenei, vendo ela entrar no carro dos seus pais.
Suspirei, e coloquei meu celular no bolso, andando em direção ao restaurante mais próximo. Estava morrendo de fome. Eu caminhava, sem preocupação, quando percebo algumas sombras. Decido ignorar, deve ser coisa da minha cabeça. Aperto mais meu casaco, e começo a caminhar mais rapidamente, quando escuto som de passos, e mais sombras. Okay, agora estou assustada, Dou uma pequena olhada para trás, mas me arrependo no segundo seguinte, quando me viro para frente.
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Primeiro capítulo! Espero que gostem!
Duda xx
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Bullying Story ➸ n.h
FanfictionSua vida pode ser uma comédia, uma aventura ou uma história de superação, sucesso e amor. Mas pode ser também um drama, uma trajédia ou a monotonia da não-mudança. Porque todos nós temos tudo isso em nossas vidas. O que muda é como editamos, em qua...