— Não está falando sério. É brincadeira, não é? Responde, anda! — O questionei com certo desespero na voz, não acreditando no que ouvia.— Eu sou assim tão repulsivo para você? Está me magoando, baixinho. — Seus ombros ficaram caídos e expressão animada se foi.
Uma pontada dolorida em meu peito me deixou quase sem ar e eu precisei respirar fundo antes de responder.
— Não é repulsivo, cala essa boca. Eu só... Porra, por que você nunca falou nada? Eu ia morder você por acaso? — Levantei do meu lugar, deixando de ficar de frente para me sentar no sofazinho ao lado do meu amigo, deitando a cabeça em seu ombro. — Eu teria namorado você. Sabe, a coisa mais fácil era criar uma relação e um sentimento romântico.
— De verdade? — Kim deu um sorriso fofo, eu diria até inocente.
Assenti. — Ah, você sabe que é um alguém muito fácil de se apaixonar. É bonito, cuidadoso, preocupado, ótimo para conversar, inteligente, carinhoso. Ainda é alto é tem uma voz gostosa, você sabe que é um partidão, Kim. Não se faz de besta! — Levantei a cabeça para fazer contato visual e, em uma das poucas vezes na vida, tive o prazer de ver Namjoon corado.
— Ai, que fofura. Você é uma manteiga derretida, Yoonie. — Abraçou minha cintura, trazendo-me para o seu colo como se fôssemos dois namorados.
— Falei que minha bunda dói. — Reclamei assim que ele me sentou em sua perna, mas permaneci com a cabeça em seu peito. — Eu acho que sou uma manteiga derretida mesmo. Mas e você? Esses sentimentos ainda estão aqui? — Toquei seu peito.
— Acho que... conforme fui convivendo com você, o amor romântico passou a não caber mais. Eu queria cuidar de você, mas não necessariamente queria te amar como homem e te beijar, fazer amor e passar o resto da vida sendo seu namorado. Eu queria te proteger e estar ao seu lado, como um irmão mais velho. — Kim afagou meus cabelos, mantendo-me em seus braços. — Mas acho que esse significado se perdeu um pouco depois daquele dia em que ficamos bêbados e com fogo no cu quando éramos adolescentes.
Lembrei-me da época, sentindo uma nostalgia imediata. Ainda no primeiro ano do ensino médio, Kim e eu pegamos uma garrafa de vinho escondido de suas mães e bebemos juntos no quarto. Começamos a nos tocar e quando vimos já tínhamos transado para caralho.
— Que fase aquela. Lembro que ficamos uns três dias sem olhar na cara um do outro de tanta vergonha. — Kim sorriu, mostrando suas covinhas bonitas.
— Eu me lembro de passar uns dois dias tendo dificuldade para sentar de tanto que você me comeu. Mas valeu a pena cada estocada.
No final das contas, nós deixamos implícito um acordo de ter uma amizade colorida. Acho que é o que temos hoje, ao menos eu penso assim.
— O que sente por mim agora, Namu?
Seu rosto voltou a enrubecer. — Bem, acho que isso vai soar escroto. Eu gosto de ser seu amigo, mas as vezes você me dá um fogo. Ainda gosto de cuidar e progeter meu irmãozinho, mas acho que esse termo soa um tanto incestuoso agora.
— Somos amigos que fodem então? — Questionei, recebendo uma confirmação de sua parte e dando um sorriso. — É fofo, você dizendo que gosta de cuidar de mim. Obrigado, Namu. — O envolvi em um abraço e aproveitei para sentir o cheiro do perfume o qual me trazia um conforto sem tamanho.
— "Obrigado", você anda muito agradecido, viu?Eu ainda não ouvi um "eu te amo", baixinho.
Respirei aliviado assim que a comida chegou, então pude pensar em outra coisa que não fosse aquele assunto.
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Best of me (Yoonseok)
RomanceO silêncio tomou o veículo e só quando paramos no sinal que eu dei uma olhada pelo retrovisor e consegui enxergar o rosto do policial iluminado pela luz branca de um poste mais à frente. Puta merda, foi esse cara que me debruçou no capô do carro e m...