No banheiro masculino, enquanto esvaziava minha bexiga em um dos mictórios, ouvi um som bastante característico vindo da área onde ficavam as cabines.Agi com naturalidade, indo em direção às torneiras para lavar minhas mãos. Olhando do espelho, notei um sapato conhecido. Na verdade eram dois pares de sapato, mas eu conhecia apenas um deles.
Percebendo uma terceira presença no banheiro, o casal dentro da cabine pareceu tentar ser mais cauteloso, afinal os gemidos baixos já não eram mais ouvidos. De qualquer forma, as estocadas e respirações ofegantes não eram nada discretas.
Deixando meu amigo com seu parceiro de cama, ou de cabine, curtir seu momento, sequei as mãos com duas folhas de papel e saí do ambiente. Andei pelo largo corredor, planejando tomar mais uma taça de champanhe para aguentar aquele evento até o final. Eu realmente desejava a minha cama mais do que qualquer outra coisa nesse mundo.
O calmante que havia tomado mais cedo já fazia efeito e eu poderia muito bem encostar em algum canto e tirar um cochilo agora.
— Não sabia que deixavam entrar qualquer um nessa faculdade. — Uma segunda pessoa no corredor disse com um tom desdenhoso. Eu conheço essa voz enjoada em qualquer lugar. — Achei que já havia largado o curso para vender drogas pelas madrugadas.
Levantei a cabeça, deixando de encarar o celular, fazendo contato visual com o homem que dividia sobrenome comigo. – Min Mujin, quanto tempo. Por que a pergunta? Por acaso tem interesse em comprar alguma droga?
— Incrível como continua com o mesmo bom humor de sempre, Min Yoongi. Como consegue rir enquanto vê sua vida desmoronando diante dos seus olhos? No seu lugar eu choraria, de verdade. Imagina só ser um desgosto para os próprios pais como deve ser horrível.
Dei uma risada ladina, tirando o maço de cigarro do bolso e usando o que restava do meu fôlego para tragar logo depois de acende-lo com o isqueiro.
— Sabe que tudo ficou melhor depois que você foi embora? Nossos pais parecem mais felizes.
Soltei a fumaça do cigarro em sua direção, dando um sorriso e percebendo o rosto avermelhado de raiva que meu irmão tinha. — Colocou para fora o que estava entalado, hyung? Quer um? — Ofereci um cigarro, mas não obtive resposta.
Por algum motivo meu cérebro formulou diversas situações, tentando imaginar o que aconteceria se eu apagasse o cigarro na pele de Mujin, ou então se eu metesse um murro na cara dele, talvez até uma joelhada no estômago fosse adequada nessa situação. De qualquer forma eram apenas pensamentos.
— Vai ficar me encarando? Por acaso quer levar uma surra igual quando éramos mais novos? Se lembra de quando você tremia de medo de mim? Espera aí, não acho que isso tenha mudado muito. — Segurou-me pela camisa, mantendo contato visual em uma tentantiva de me intimidar.
— Está sujo aqui. — Toquei em meu próprio pescoço como demonstração.
— Onde? — Tateou-se à procura da tal sujeira.
— Aqui. — Encostei a parte acesa do cigarro na pele do pescoço do meu querido irmão, dando uma giradinha e olhando a fumaça saindo do cigarro apagado. Enquanto isso ele gritava e me xingava de todos os nomes possíveis. — Viu? Nessa parte.
Fui andando com calma para longe de Mujin, pegando outro cigarro e acendendo novamente.
— Seu filho da puta! Acha que pode bancar o maluco e sair assim? — Já aos berros, puxou-me pelo braço quase que o deslocando, fechando a mão e acertando um golpe em minha boca. — Vai me pagar caro por esse cigarro.
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Best of me (Yoonseok)
RomanceO silêncio tomou o veículo e só quando paramos no sinal que eu dei uma olhada pelo retrovisor e consegui enxergar o rosto do policial iluminado pela luz branca de um poste mais à frente. Puta merda, foi esse cara que me debruçou no capô do carro e m...