58 - Estava com saudade de ouvir a sua voz

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   Mais um final de dia como todos os outros, minhas costas estalaram quando eu finalmente me levantei daquela cadeira. Estiquei a coluna e peguei minha mochila para ir embora.

No caminho até o elevador, agradeci quando Yangmi fez o favor de segura-lo para mim e fiz uma breve reverência com um sorriso.

O cansaço era nítido nos rostos de ambos, mas a garota estava pior do que eu. Além dos olhos pesados, também haviam olheiras logo abaixo e seus lábios estavam sem cor alguma.

— Tudo bem, Jung Yangmi-ssi? Está pálida. Comeu direito hoje? — Prestei mais atenção nela assim que apertei o botão do térreo e as duas portas metálicas se fecharam atrás de nós. — Aconteceu alguma coisa?

— Está sim, senhor Min. É só cansaço. — Jogou os cabelos para trás e eu percebi suas mãos trêmulas. — Não tive muito tempo para comer, mas farei isso quando chegar em casa.

Conforme os andares desciam, Yangmi parecia ter mais dificuldade para disfarçar a própria condição. Massageeou as têmporas e aparentou estar mais desorientada a cada segundo.

— Jung Yangmi! — Chamei ao vê-la fraquejar no primeiro passo que deu para fora do elevador.

Pus a mão em sua nuca para evitar que ela batesse a cabeça, mas não consegui fazer muita coisa para impedi-la de cair. Eu não era lá um Jung Hoseok que conseguiria carregá-la na maior facilidade.

Um segurança que ficava na porta do prédio veio apressado se perguntando o que havia acontecido e se oferecendo para carregá-la.

Guiei para que a deixasse deitada no sofazinho na entrada do prédio e tirei minha jaqueta, cobrindo suas coxas parcialmente nuas por causa da saia curta plissada que usava.

— Jung Yangmi, ei! — Segurei a mão fria da garota, sentindo-a apertar segundos antes de abrir os olhos. — Sou eu, Min Yoongi. Como se sente?

— Senhor Min? — Me chamou com a voz trêmula, sentando no sofazinho e me encarando, logo depois olhando o segurança ainda junto de nós. — Eu desmaiei?

— Sim e quase matou todo mundo de susto! — Peguei minha garrafa de água na bolsa e um bombom de avelã que havia ganhado de presente de Jung alguns dias atrás. — Aqui, pega.

A garota deu alguns goles na água como se não bebesse nada há dias, comendo o doce que lhe foi oferecido logo em seguida.

— Obrigado pela ajuda dos dois. Está tudo bem agora, não se preocupem. — Ela se levantou do sofá, me entregando a jaqueta que eu havia emprestado.

— Ei, não senhora! — Segurei-a pelo braço. — Pode ficar tranquilo, eu me certifico que vai ficar tudo bem com ela. Obrigado, viu? — Falei com o segurança que nos acompanhou até a porta.

— Senhor Min, já passei vergonha o suficiente. Eu só vou voltar para casa e descansar.

Franzi o cenho, andando pela calçada ao lado dela. — Não deixo. Eu também sou teimoso assim e sei bem que é capaz que a senhorita caia dormindo na cama e nem coma nada. Ainda não jantei, então vem comigo?

— Imagina, não precisa disso! Já estou me sentindo culpada por ter bebido sua água toda.

— Eita que essa água foi cara, Nossa Senhora! — Debochei. — Deixa de ser boba e aceita. Tem um restaurante aqui pertinho. Do que gosta de comer?

— Qualquer coisa. — Ela coçou a própria nuca. — Podemos comer macarrão instantâneo na conveniência.

— Que macarrão instantâneo que nada. Estou com fome de comida de verdade. Eu escolho então. — Levei-a comigo em direção ao restaurante de jajamyeon, abrindo a porta para que entrasse.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora