57 - Eu moro aqui agora

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   — Estava ouvindo o que eu falei? — Jung enfiou dois dedos no meio das minhas nádegas para me chamar atenção, me fazendo pular de susto e tirando a minha paz enquanto eu boiava na água da piscina natural.

— Ai, não cutuca o meu cu, Jung. Eu sou um menino da igreja, não aceito esses toques antes do casamento. — Reclamei, embora ainda sonolento e relaxado, mas não tanto quanto antes. — Eu ouvi um pouco e você começou a falar de coisas que eu não quero saber.

— Yoongie, você vai morar aqui? Precisamos voltar para Seul, amor! Você nem gosta de água. — Me puxou para sairmos da água. — Vamos, varão. Se pisar na igreja você pega fogo igualzinho a um fósforo.

— E você é diferente? — Lhe dei língua de forma bastante madura. — Mentiroso, de água doce eu gosto. Não tem aquele sal do mar, nem ondas e é morninha ainda. — Nadei na direção contrária, não querendo sair da água e menos ainda ir embora daquele de paraíso. — Eu moro aqui agora, Jung. Sou uma sereia e se me tirar da água eu vou morrer.

— É sério, amor. Vai ficar tarde e ainda temos que arrumar tudo para irmos até o aeroporto. Vamos.

— Por favor, só mais cinco minutos, Hoseokie! — Segurei seu braço como uma criança. — Por favor, minha jujubinha. — Apromixei meus lábios do seu ouvido como se fosse contar um segredo. — Eu deixo você me comer sem preservativo e gozar dentro na próxima vez que transarmos, se me deixar ficar mais um pouquinho.

Ele parou de andar para fora da piscina e me olhou com um sorriso. — Esse é seu jeito de me convencer? Achei que não gostasse de fazer assim.

— Não é a minha preferência. — Dei de ombros.

Voltei a boiar como se fosse a coisa mais divertida do mundo, ao menos para mim era mesmo.

— Tem algum motivo para você não gostar? O que exatamente não te agrada nisso, gatinho?

— Hum... Como posso explicar? — Suspirei. — Sabe, quando a pessoa tem prisão de ventre, eu já ouvi falar de um tratamento que se coloca óleo no reto para conseguir soltar o intestino. Meio que funciona de um jeito parecido, porque o sêmen é gorduroso e pode acontecer de soltar o que estiver lá dentro. E eu tenho a impressão que o preservativo lubrifica melhor e dói menos.

— Não quero mais gozar dentro, acabou de me traumatizar.

— Já disse, eu conheço o meu corpo e sei se vai ou não acontecer. Relaxa, Jung. Mas, se quer saber, cagar no pau do namorado não é o fim do mundo. — Falei a última parte mais baixo. — Está cutucando a bunda e acha que vai acontecer o quê? Sair flores?

Percebi o rosto dele avermelhado e apertei sua bochecha.

— Como consegue agir tão naturalmente falando disso? Está estragando o momento fofo!

Dei uma risada. — É algo normal, ué.

Apesar de conseguir estender um pouco o tempo na piscina natural, não demorou para que tivéssemos que voltar para o hotel.

Organizando o restante das malas, coloquei comida e água para o nosso gatinho, limpando a sujeira dele.

— Seogi também não quer ir embora.

— Viajaremos para outros lugares, Seogi. — Jung fez um carinho no felino, quando ganhando uma unhada de brinde. — Esse diabinho me odeia mesmo. É o fim da picada.

— Não fale assim do meu bebê. — Cocei a bundinha dele, ouvindo um ronronar. — Ele gosta de você do jeitinho dele.

Aproveitei o tempinho para admirar, pela última vez, a vista da varanda.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora