32 - Alguém tão bonito tinha que ter algum defeito

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   — Yoongi-ah, não vou te fazer mal. Sou eu, seu ahjussi. — A voz, antes atrás de mim, agora estava em minha frente e agora soava mais mansa. Levantei a cabeça e juntei toda a minha coragem para encará-lo. — Gatinho, só estamos nós dois aqui. — Estendeu a mão para mim e eu a segurei sem pensar duas vezes, sentindo o aperto em meu peito se aliviar assim que ele começou com aquele cafuné em meus cabelos, o mesmo que eu já conhecia bem.

   — Jung-ssi. — Abracei seu tronco e fechei os olhos, agora com uma segurança imensa quando senti seu perfume e o calor do seu corpo contra o meu. — Desculpe. Eu acabei me lembrando...

   — Eu sei, Yoongie, eu sei. Vamos sair daqui. — Passando o braço ao redor de minha cintura, Jung me levou para longe daquele beco. — Vamos voltar para casa.

    Segurei seu braço e neguei com a cabeça. — Não, Seok, não quero que me vejam assim. Não quero que as mães de Namu saibam o que aconteceu na balada naquele dia, por favor. Elas teriam um troço.

    Jung deu um suspiro e assentiu. — Tudo bem, gatinho. — Beijou minha bochecha, testa e me deu um selinho demorado. — Vamos para algum lugar que te distraia, sim? Melhor não passarmos nesses becos de novo.

    Concordei, tendo a ideia de leva-lo até um feirinha perto aonde vendiam comidas, bugigangas, artesanatos e coisas desse tipo.

    — Achei que não fosse nada demais, mas parece que eu arrumei mesmo outro trauma para a minha conta. — Comentei baixo para Hoseok.

    — Já disse que não foi você quem arrumou, gatinho. E não fique se crucificando. — Deixou um afago em meus cabelos. — Eu estou aqui com você e ninguém é louco de tentar machucar o meu menino. Quer uma salsicha? — Apontou para uma barraca que preparava na hora.

    Sorri com o jeito dele de me distrair e assenti. — Até o ano novo eu vou ter engordado um monte por causa das mamães Kim e de você.

     Pedimos duas salsichas empanadas com queijo até a metade e Jung colocou um pouco de pimenta na dele.

     — Quer provar a minha? — Me estendeu a salsicha e eu aceitei, dando a minha para que ele provasse também.

     Arregalei os olhos ao sentir minha boca pegando fogo. — Você é maluco? Quanta pimenta colocou aí?

     — Ô gatinho, desculpe, esqueci que você não é chegado em pimenta. Toma o seu, come a parte do queijo que alivia a picância.

     — Hoseok-ssi, vai mesmo fazer o concurso para ser policial civil? — Enquanto andávamos, dei outra mordida na salsicha, olhando as variedades que vendiam na feira.

     — Acho que sim, gatinho. Mas não vou falar para todo mundo agora. Imagina se eu invento de contar para várias pessoas, não consigo passar e fico tendo que em explicar para todo mundo? As provas teórica e física não são nada fáceis.

     — Ora essa, mas pensando desse jeito você nunca vai conseguir mesmo. Se é algo que você gostaria, então começa. Ao menos para mim, o mais difícil é começar.

     — Eu comecei, gatinho. Eu penso sobre isso desde os vinte e cinco anos, sabia? Na época eu até fiz uma faculdade pensando em trabalhar na polícia civil futuramente.

     — Nem sabia que precisava de graduação para ser policial civil. — Pensando sobre aquilo, percebi que eu nem sabia muito sobre a vida profissional de um policial, afinal nunca foi a minha área. — Por que não continuou, Hoseok-ssi? Você parece gostar dessa área. O que te impediu?

     — Esse papo está ficando meio psicológico demais. — Jung riu. — Acho que me falta confiança, gatinho. Eu absorvi os comentários que me desincentivaram e desisti. Mas nas últimas semanas eu vi algumas fotos minhas da época e lembrei desse sonho.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora