22 - Eu só quero que desapareça

23 4 0
                                    

   Mais tarde naquele dia, enquanto o sol se punha e o céu ficava em um misto de rosa e laranja, mas com algumas nuvens, Kim entrou no quarto após bater na porta.

    — Yoonie, como se sente? — Ele acarinhou meus cabelos e seu olhar desceu até Hoseok deitado em meu colo.

    — Ainda sinto um pouco de dor, mas disseram que é normal, Namu. — Acariciei os cabelos de Jung ainda adormecido. — Ele deve estar cansado, ficou me ajudando o dia todo e ainda vai trabalhar daqui a pouco.

    Novamente ouvi batidas na porta, agora uma enfermeira entrou para retirar meu acesso, deixando um curativo em minha mão para estancar o sangramento.

     Jung acordou com a movimentação e sentou-se no sofá, envergonhado por ter adormecido por tanto tempo.

     — Por quanto tempo eu dormi? — Penteou o cabelo para trás com os dedos.

     — Uns quarenta minutos, Jung. Disseram que eu já posso ir para casa. — Me levantei, pegando minhas roupas para ir me trocar no banheiro, finalmente tirando aquela camisola de hospital.

     Com tudo em ordem, nos foi avisado que o maqueiro viria para me levar até a saída na cadeira de rodas. Sinceramente, eu não entendia o porquê disso, já que eu estava perfeitamente bem para andar com as minhas próprias pernas, mas eu apenas assenti e fiquei esperando junto aos dois que me acompanhavam.

     O caminho até em casa foi silencioso. Kim nos levou no carro e Jung ajudou a carregar as coisas para dentro, usando isso como desculpa para ficar mais tempo comigo.

     Na porta, Hoseok me abraçou, avisando que precisava ir.

     — Eu te acompanho até a portaria. — Pus meus sapatos, apertando o botão para chamar o elevador.

     — Imagina, não precisa. Não quero que faça esforço. — Ele segurou meus ombros, insistindo que poderia descer sozinho.

     — O médico disse para eu repousar e não virar um vegetal. — O acompanhei no elevador e apertei o andar do térreo.

     Enquanto o cubículo metálico descia uma dezena de andares, eu fui me aproximando sorrateiramente de Jung, abraçando sua cintura e deitando a cabeça em seu peito.

     — Obrigado, Jung. Obrigado por tudo. — O apertei no abraço, aproveitei o carinho em minhas madeixas e deixei seu perfume impregnar minhas narinas. Aproximei meus lábios de seu ouvido e sussurrei para que apenas ele ouvisse. — Eu te amo.

    Seus braços me envolveram em um abraço reconfortante e aquele belo sorriso em formato de coração deixou seu rosto cansado totalmente iluminado. — Eu também te amo, meu gatinho.

    Tocamos nossos narizes cuidadosamente e em seguida os lábios, iniciando um beijo calmo e casto. Gostava do contato de nossos corpos e como parecíamos os únicos no mundo naquele momento, gostava dos sorrisos abobados que ambos deixavam escapar durante o ósculo, gostava ainda mais de como ele fazia eu me sentir amado verdadeiramente. Era diferente de beijar alguém desconhecido por beijar, ou beijar para satisfazer um desejo carnal. Não me lembro de ter experimentado um sentimento tão forte quanto esse por outra pessoa antes. 

    Nosso andar havia finalmente chegado e, enquanto estávamos envolvidos em um abraço apertado, as portas do elevador se abriram e fomos obrigados a nos separar.

     — Tchau, Jung e obrigado de novo. — Deixei um último selinho em sua boca.

     — Tchau, meu gatinho, eu volto para te ver assim que puder. — Suas mãos morenas acariciaram as minhas e enquanto ele saía pela porta da frente e acenava para mim, eu acenava também, apertando meu andar para voltar para casa, agora com um sorriso enorme no rosto.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora