18 - Menino dos olhos coloridos

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Fiz esforço para procurar meu celular no bolso, lembrando de ter anotado o nome do tal remédio nas notas do celular para lembrar de comprar mais depois.

— Meu celular, o nome do remédio está nas notas.

— Está aqui comigo, eu peguei. — Jung pegou o aparelho no bolso e eu lhe disse a senha, deixando que ele próprio encontrasse o nome do tal remédio.

Hoseok andou comigo nos braços até a primeira farmácia que encontrou, dando o nome do remédio para a mulher no balcão e esperando enquanto ela pegasse o medicamento em uma das prateleiras.

— Esse é um dos mais fortes que vendemos sem receita. O que ele tem? — A mulher olhou com certa preocupação, indicando que haviam assentos na parte de trás da farmácia.

— Bem, não sabemos. Ele me disse já ter sentido essas dores antes, mas não foi ao hospital para saber a causa.

Jung me sentou em uma das cadeiras que ficavam coladas lado a lado e me entregou o comprimido junto a uma garrafinha d'água trazida pela funcionária que nos entregou o remédio, abrindo a tampinha e me ajudando a tomar para engolir o medicamento.

— Isso parece bem sério, eu aconselharia que fossem ao hospital saber o real motivo dessas dores. Não é bom ficar se automedicando sem nem ter ideia do que tem. As vezes requer até algum tipo de tratamento mais invasivo e não sabemos.

— Eu sei perfeitamente disso, mas esse garoto aqui é teimoso feito uma mula. Eu tentei levá-lo ao hospital, mas quem disse que ele quis?

— Não fala assim de mim, Jung. — Belisquei o lado de sua coxa e ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.

Arregalei os olhos e soltei nossas mãos assim que a mulher nos olhou com estranheza.

— Bem, agora é esperar que o medicamento faça efeito. Mas eu realmente aconselho que vá ao médico logo. Isso pode ser perigoso. — Ditou antes de voltar para trás do balcão.

Felizmente não demorou para que a dor aliviasse e fôssemos embora daquele lugar depois de Hoseok resolver demonstrar sua baitolisse na frente da mulher e deixar todo mundo desconfortável ali.

— Eu preciso tanto de um banho. — Já na rua, balancei minha camisa, tentando desgrudá-la das costas e sentindo um cheiro enjoado de suor em mim.

— Obrigado por me ajudar, oficial Jung. — Conferi as horas em meu celular, me surpreendendo ao ver que ainda eram pouco mais de dez e meia. Depois de tantos acontecimentos eu realmente pensei que fosse de madrugada. — Mas que baitolisse foi aquela de segurar minha mão e falar que me ama quando eu estava moribundo?

— Ah, você lembra, que merda. Não queria que o meu primeiro "eu te amo" para você fosse assim. Mas fiquei com medo de você morrer nos meus braços, de verdade, eu fiquei apavorado. — Jung me abraçou de lado, beijando minha bochecha e acariciando meus cabelos. — Eu acabei de conhecer alguém que gosto de verdade e com quem posso ser eu mesmo sem medo. Você não pode morrer, não mesmo.

Abaixei a cabeça, envergonhado de receber esse amor dele. Tornei a segurar sua mão e entrelacei nossos dedos. Levantei olhar para o céu e parei de andar, deitando a cabeça em seu ombro.

— A lua está linda hoje, não é?

— Lua? — Jung olhou para o céu junto de mim. — Mas está minguante, quase não dá para ve- Ah... entendi. — Deu um sorriso envergonhado. — É verdade, está linda mesmo.

Ri de volta e afaguei seus cabelos. — Você consegue ser bem lerdo às vezes.

— Ei, sabia que afagar a cabeça de alguém mais velho é desrepeitoso? Esqueceu que eu sou seu ahjussi e ainda me xinga.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora