17 - Eu queria viver no nosso mundinho

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   — Eu disse que estava fora de forma, Namu. Não sei o porquê de você insistir. — Reclamei enquanto me vestia com a camiseta preta e a calça jeans azul a qual possuía alguns rasgos estilizados.

   Depois de ficar um tempo com Namjoon cismado que sua tal amiga da academia gostaria de me conhecer e me ver dançando no pole, já tinha decidido que não iria, mas Kim me ganhou na insistência.

   — Você foi bem, Yoonie, ela mesma disse. Só que seu corpo não tem mais os músculos desenvolvidos de antes.

    Cruzei os braços. — Eu sei, tá? Não precisa me humilhar.

    — Ei, eu não quis dizer de um jeito maldoso. Você ainda não recuperou aquele peso que perdeu recentemente e isso deixou tudo ainda pior. Não gosto de te ver tão magrinho e sem energia. — Apertou minha bochecha. — Precisa parar de pular refeições, teimoso!

    Revirei os olhos quando ele começou o mesmo discurso que fazia há alguns dias desde que me viu passar mal. Daquele dia em diante, Kim passou a monitorar de perto minha alimentação e me criticar também. — Certo, grandão, quer comer alguma coisa? Estou com vontade de massa. — Guardei o celular no bolso enquanto saía do vestiário da academia. —  Eu pago dessa vez.

    Kim coçou a cabeça e suspirou. — Eu queria tanto, mas fiquei de encontrar meu loirinho hoje. Preciso ir para casa me arrumar. Desculpe, Yoonie.

    Fiz uma expressão entristecida. — É assim? Você recusa meu convite por causa de uma gay de calcinha daquela? Ah não, eu não quero mais saber de nada. — Me virei de costas e cruzei os braços.

    — Desculpe por não avisar antes, baixinho. Mas não posso desmarcar agora. Podemos jantar juntos outro dia, hum? — Seu braço passou por meus ombros e ele me apertou contra o próprio corpo. — Desculpe, Yoonie.

    Dei uma risada e neguei com a cabeça. — É brincadeira, deixa de ser besta, Namu. Deixaria de namorar só por birra minha? Se valoriza, homem. — Dei um tapinha em seu peito. — Anda, vai ficar de amor com o seu loirinho.

    — Ah, o que eu faço com você, baixinho? — Kim passou o braço por meu pescoço e esfregou o punho em minha cabeça de forma brincalhona, suspirando aliviado e me apertando em um abraço. — Eu devia te deixar de castigo no cantinho. Como pôde me assustar assim? Achei que estava chateado de verdade!

    — Até parece que não me conhece.

    Saindo da academia, Kim se despediu de sua amiga e cada um de nós seguiu o próprio caminho. 

     Entrei em um restaurante, mentalizando o que pediria. Sentei no balcão e olhei no cardápio enquanto ninguém vinha me atender.

     Em um dos bancos bem no fundo eu percebi uma silhueta familiar, embora quase não tivesse reconhecido. O sorriso, antes radiante, dava lugar a uma expressão entristecida e angustiada. Os cabelos, geralmente arrumados, estavam uma bagunça e as roupas mais se pareciam com um pijama ou algum traje bem caseiro.

    Nossos olhares se encontraram e ele pareceu envergonhado e tentou esconder o rosto.

    — O senhor já sabe o que vai pedir? — Um rapaz simpático se aproximou de mim. — Posso ajudar, caso tenha dúvida. Temos a opção de prato do dia também, se quiser.

    No instante em que parei para respondê-lo, a mesa onde Jung sentava já estava vazia. O vi andando em direção à porta e me desci do banco na mesma hora, andando em direção ao moreno que parecia ter sua luz interna apagada de forma tão repetina.

    — Ei, Jung. — Segurei em seu pulso, mas ele sequer parou, apenas puxou o próprio braço de volta. — Jung, o que foi? Oficial Jung! — Tornei a segurar seu braço e o puxei para que parasse de andar.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora