20 - Então é assim que as protagonistas de comédias românticas se sentem?

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Jung Hoseok

   Os minutos passavam tão lentamente como nunca antes. Embora tentasse visualizar o meu menino saudável, sorrindo com seus dentes pequenos e exibindo suas bochechas gordinhas e rosadas por aí, os pensamentos negativos não saíam de minha cabeça.

    Levantei da cadeira assim que a doutora apareceu na porta, avisando que a cirurgia havia terminado e neste momento estavam o levando para a UTI para que ficasse sob observação.

   De longe vimos ele ser levado na maca, coberto com uma manta grossa e ainda bastante pálido e sonolento. Eu quis chorar ao vê-lo naquele estado, tão vulnerável, tão frágil.

    Mais algum tempo de espera até que pudéssemos vê-lo, mas, pelo menos, tivemos certeza que ele estava bem e não havia mais risco de morte.

    Quando finalmente tivemos a notícia que ele havia sido liberado para ir até o quarto, senti como se não o visse há meses. Eu queria olhar no seu rostinho e ouvir aquela voz grossa e calma novamente.

    — Ele sentiu bastante dor na UTI, então foi necessária a aplicação de morfina. Mas está fora de perigo. — Um dos enfermeiros explicou enquanto nos guiava.

    Finalmente no quarto, lá estava o meu menino deitado com os olhos quase fechados como duas linhas finas e ainda um pouco perdido.

    Namjoon se aproximou primeiro, ficando de um lado da cama e eu de outro. Os olhos de Min se fixaram em mim e eu segurei sua mão cuidadosamente, entrelaçando nossos dedos e sentindo a pele fria contra a minha. Ele puxou a própria mão e me olhou assustado, intercalando o olhar entre Namjoon e eu.

    — Quem é você? — A voz baixa saiu um tanto falhada, mas a pergunta foi o suficiente para quebrar meu coração em milhares de pedacinhos. — Por que está segurando minha mão? Quem é você?

    Meus olhos lacrimejaram e fiquei sem reação. Embora não fosse o correto, tentei pegar em sua mão novamente e ele tornou a se afastar. Eu não queria assusta-lo, mas simplesmente não conseguia aceitar que ele não se lembrava de mim, mesmo depois de tudo o que já vivemos.

    Olhei para Namjoon e novamente para Min, vendo-o dar uma risada fraca, mas bem humorada.

    — É brincadeira, Jung. Claro que eu lembro de você.

    Fiquei boquiaberto e coloquei meus cabelos para trás, segurando alguns fios e o encarando incrédulo.

    — Você... — Suspirei como se um peso enorme saísse das minhas costas. — Garotinho, você quer que eu infarte? Eu vou ficar louco. — Cobri meu rosto com as mãos e dei um sorriso aliviado, sentindo meu coração disparado. — Eu quem vou parar na emergência desse jeito.

   — Desculpe, ahjussi. Só quis descontrair. Eu quem quase morri, mas vocês quem estão com caras de defuntos. — Ele esticou sua mão em minha direção e eu a segurei, entrelaçando nossos dedos novamente.

   Kim sentou-se na cadeira bem ao lado da cama e deixou uma carícia nos cabelos, agora um tanto opacos, de Min.

    — Como se sente, Yoonie? Fiquei tão preocupado com você. Achei que fosse perder o meu baixinho. Teimoso do caralho, eu mandei você vir para o médico tantas vezes e sempre se negou! A doutora disse que é um milagre que esteja vivo! Se você morresse, eu iria te buscar só para te encher de porrada, garoto.

     Min franziu a sobrancelha enquanto movimentava a língua dentro da boca. — Onde está o meu piercing de língua? — Tocou o próprio rosto, procurando também o adorno que ficava em sua sobrancelha. — O da sobrancelha também.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora