44 - Acho que eu tinha medo de ficar sozinho

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   Me despedi de Namjoon e desci até a entrada do prédio, encontrando Jung parado ao lado de fora do carro, encostado na porta do motorista.

Ele aparentava irritação e olheiras fundas em seu rosto deixavam claro que não descansava e nem dormia devidamente há algum tempo.

Encolhi meus ombros ao me aproximar e abaixei a cabeça como um cachorro arrependido que havia feito besteira e estava ciente disso.

— Oi, Jung. — Cumprimentei em baixo tom.

— Entra no carro, Min. — Praticamente ordenou e eu obedeci, não me vendo no direito de questioná-lo em nada naquele momento.

Dentro do carro, Jung dirigiu por alguns metros até parar em um local menos movimentado. Confesso que aquilo me fez pensar em mil coisas diferentes que poderiam acontecer nos próximos minutos. E se Léo estivesse certo? E se Jung pudesse ser um daqueles policiais violentos? Ele poderia me torturar como vingança por ter o "traído". E se me amarrasse e me mantivesse em cárcere por meses para que eu não pudesse mais sair e nem ver ninguém? E se ele raspasse a minha cabeça e me obrigasse a ser o escravo dele, trabalhando cuidando da casa, fazendo comida e ainda servindo de escravo sexual como punição? Eu não quero chegar em casa cheio de hematomas.

Me encolhi assim que ele soltou o próprio cinto e aproximou uma das mãos de mim, abrindo o porta-luvas e tirando uma sacola de papel dali.

Ele ira me sufocar com a sacola, iria me matar asfixiado. Isso é ainda pior!

— Toma, comprei para você, come. — Pegou o copo com uma bebida gelada alaranjada, pelo cheiro dava para saber que era um suco de tangerina com alguma outra fruta. — Aqui, bebe.

Segurei o pão e cheirei antes de qualquer coisa, me sentindo inseguro de comer e ter algum sonífero ou algo do tipo.

— Acha que coloquei alguma coisa na comida? Pelo amor de Deus! — Ele pegou o pão, dando uma boa mordida e fazendo aparecer o creme que havia no recheio. — Anda, come. Antes que me arrependa de ter comprado.

Dei uma mordida no pão e bebi um gole do suco, sentindo meus olhos lacrimejando. O que viria em seguida? Se vai me bater, então por que não bate logo de uma vez?

— Não tem nada para me falar, Min? — Cruzou os braços, esperando que eu me posicionasse primeiro, mas eu não consegui, apenas continuei calado. — Min, eu tenho muito ciúmes de você, muito mesmo. Já até fiz algumas sessões de terapia sobre isso. Você é bonito pra caralho e sabe disso, é comunicativo e já esteve com a língua na garganta de tanta gente que nem dá para contar. Eu sinto muito medo de não ser o suficiente para você, porque, apesar de eu ser dez anos mais velho, parece que sou muito menos vivido do que você. Até aí está tudo dentro da minha cabeça e eu faço o possível para não externalizar, porque não quero que você sofra com os meus fantasmas. Mas te ver no colo do seu ex, beijando a testa dele e ganhando cafuné, puta que pariu. Como se sentiria se eu convidasse Jina para jantar e postasse vídeos abraçando ela, fazendo cafuné e trocando beijinhos?

— Desculpe, eu mandei mensagem te avisando que iria sair com ele. Léo veio aqui de última hora e quis conversar comigo depois de me encontrar no Instagram. Depois ele disse que ainda gostava de mim e que ficou pensando em voltar comigo por todos esses anos. Mas eu não retribui em nenhum momento, Jung! É sério, eu disse que namorava e até mostrei sua foto para ele.

— Você me traiu? Seja sincero. Beijou ele? Transou com aquele cara, Min?

Neguei com a cabeça. — Eu fui um idiota de querer me encontrar com ele, eu sei. Mas eu juro que não te traí, Seokie. Eu te amo e não quero perder você. Se não acredita em mim, então pode perguntar para o Namjoon, ele estava lá. Ele até queria reviver os velhos tempos, mas eu disse que namorava, mostrei fotos suas e disse que te amava e não queria fazer nada para te magoar.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora