13 - É difícil lidar comigo, eu sei.

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   Prima? Ele disse prima? Eu ouvi mal, não é?

   — Min? Tudo bem? — Jung tocou a destra em minha bochecha e testa, tentando descobrir se eu estava com febre ou algo do tipo. — Você ficou pálido. Quer que chame a enfermeira?

   Neguei com a cabeça, sentindo uma queimação na nuca ao lembrar da declaração que fiz para Jung algumas horas atrás. Primeiro eu me declaro e agora descubro que fodi a prima dele, puta que pariu.

   — Oficial Jung, sobre antes... Tudo aquilo que eu disse sobre gostar de você, eu-

   — Não se preocupe, gatinho. — Afagou meus cabelos. — Eu sei que aquilo foi por causa da droga que te afetou, não precisa explicar nada.

    — Foi. É o que eu ia dizer. — Não acredito que estou pensando nisso, mas eu realmente queria estar drogado agora para poder agir como bem entendesse sem precisar ser responsável por nada.

     — Bem, a médica disse que só estavam esperando que você acordasse para ter alta. Eu te levo para casa.

     Jung se levantou, saindo do espaço de internação separado por cortinas, me deixando sozinho.

      Procurei por meu celular em uma sacola aonde estavam minhas roupas, encontrando o aparelho com a tela trincada.

      — Aquele filho da puta. — Lembrei do homem que drogou minha bebida e novamente senti um nó na garganta ao lembrar dos seus toques e de como ele arrancou minhas roupas, imediatamente me senti sujo.

      Tratei de engolir o choro que ameaçava vir assim que Hoseok retornou com a médica. Sinceramente, nem ouvi as tais recomendações, afinal eu só queria estar no conforto da minha casa.

     Minutos depois, sem o acesso e com um curativo nas costas da mão, eu tirei a camisola de hospital e me vesti com as roupas que havia chegado.

     — Tudo bem, Min? — Jung entregou meu celular assim que eu terminei de me vestir, por pouco não esqueci o aparelho.

     — É, isso é uma pergunta meio óbvia para quem acabou de sofrer uma tentativa de... — Dei de ombros. — Está tudo uma grande merda.

    — Tem razão, me desculpe. Foi uma pergunta idiota. — Hoseok se aproximou de mim, ajeitando meus cabelos que estavam uma bagunça assim como dentro da minha cabeça. — Não precisa ser forte o tempo todo. Está tudo bem chorar.

    Levantei o olhar. — Chorar? E isso vai me ajudar em que? Eu já arrumei essa merda, agora não tem mais volta.

     — Você arrumou? — Levantou uma das sobrancelhas.

     — É, porra, eu que inventei de ir tarde da noite para essa balada que não conhecia. Eu deixei o caralho da minha bebida sozinha no balcão e depois tomei. Foi bem feito para mim, eu estava pedindo para acontecer alguma merda. — Comecei a sentir um nó sufocante em minha garganta.

    — Você está se ouvindo? — Jung segurou meu rosto com ambas as mãos. — Você pediu para ser estuprado, Min? Foi na festa com essa intenção? Seus planos eram que alguém te pegasse à força em um beco enquanto você gritava por socorro? — Hoseok segurou meus ombros com força e eu só consegui negar com a cabeça. — Então por que está dizendo isso para si mesmo? Ouça, ninguém, além daquele filho da puta, é culpado aqui. Para de jogar a culpa nas próprias costas como se você fosse um saco de pancada que merece tudo de ruim.

     Virei de costas e cobri meu rosto com as mãos, tentando segurar o choro e me agachando.

     Jung me puxou pelo braço e virou meu corpo de frente para o seu, me envolvendo em um abraço apertado.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora