10 - Pode ser sem respeito também

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Me encolhi embaixo das cobertas, murmurando ao sentir os braços fortes me envolvendo e apertando-me contra seu corpo quente.

— São dez para as sete, Yoonie. Temos que levantar. — Ditou com a voz sonolenta, colocando uma de suas pernas sobre o meu corpo, assim me prendendo ali.

— Dez minutos a mais e eu vou. — Segurei seus braços e o fiz me apertar no abraço.

— Meu Yoonie disse que me ama. — Sussurrou. — Você falou mesmo. — Kim me virou de frente para ele e passou a deixar beijos em meu rosto e boca. — Você disse e ainda disse sem que eu falasse nada! Eu também te amo, Yoonie! Eu te amo pra caralho.

— Namu, está com bafo, cala a boca e para de me beijar. — Peguei uma almofada e a coloquei sobre seu rosto, assim fazendo com que ele se afastasse.

Entretanto, não adiantou muito, afinal Kim havia acordado bem meloso hoje.

— Vou preparar um café da manhã bem gostoso para você, Yoonie. Meu jeito de agradecer por ter se declarado para mim ontem.

— Estou começando a me arrepender.

Dei um sorriso envergonhado ao vê-lo sair todo feliz pela porta. Eu sei que Nam gostava de expor sentimentos com palavras e ficava feliz quando eu fazia o mesmo, mas é raro que eu me sinta confortável para dizer essas coisas. Na verdade, eu bem gostaria de conseguir falar com maior frequência.

Enquanto Kim preparava o café da manhã, me arrastei até o banheiro para tomar um banho rápido. Me troquei e arrumei minha mochila para a aula.

Chegando na cozinha, dei um sorriso ao ver a mesa arrumada com panquecas, frutas cortadas e café.

— Que fofura, Namu. — Abracei sua cintura e apoiei a cabeça em seu peito. — Obrigado.

Kim me apertou no abraço e afagou meus cabelos, não perdendo a oportunidade de me erguer no colo como sempre fazia. Não reclamei, afinal ele demonstrava carinho assim e eu gostava de vê-lo feliz.

— Vou me aproveitar já que está carinhoso hoje. — Afagou meus cabelos e me beijou no rosto algumas vezes, terminando com um selar na testa.

Todavia, o aperto de um abraço me causou uma dor aguda na parte superior do abdômen, parecida com uma que eu havia sentido há algum tempo atrás, só que agora mais forte, o que fez com que eu me encolhesse em reflexo.

— Namu, me coloca no chão rapidinho. — Pedi.

Massageei o local, fazendo uma careta, enquanto a pontada parecia ainda mais dolorosa.

— Yoonie, o que você tem? — Seu tom era preocupado. — Está parecendo um fantasma de tão pálido. Eu apertei muito forte? Desculpe. — O moreno me guiou para que eu sentasse na cadeira e ficou me encarando.

Massageei o local dolorido, precisando de alguns instantes para que a dor alivisse.

— Passou. — Falei com um tom mais tranquilo. — Senta, Namu, vamos comer. — Pus uma panqueca em seu prato e outra no meu.

Nam manteve o olhar preocupado durante toda a refeição, sempre perguntando se eu estava bem mesmo e se oferecendo para me levar ao médico.

— Que médico o quê? Provavelmente são gases ou alguma coisa do tipo. Não precisa se preocupar.

O tranquilizei e coloquei um cubinho de manga em sua boca, sorrindo abertamente pelo seu jeito preocupado e cuidadoso.

— É sério, se fosse alguma coisa eu iria ao médico. Fica tranquilo, grandão. — Odiava que Namjoon ficasse preocupado comigo, afinal ele sempre foi muito cuidadoso. Kim se oferece para pagar as coisas e me trata como um irmão mais novo, apesar de sermos da mesma idade. Quando mais novos eu brincava que ele era meu pai, afinal cuidava de mim como se fosse.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora