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Passava das dez e meia, bocejei por baixo da máscara assim que finalizei a arte na pele do rapaz. Limpei devidamente antes de envolver a tatuagem no plástico para a proteção nas primeiras horas.
— Mantém esse plástico por umas quatro horas, depois pode remover. A higienização é feita apenas com aquele sabonete que eu lhe passei da última vez e o creme para hidratar na cicatrização. Alguma dúvida? — Perguntei enquanto organizava e descartava os materiais usados.
O rapaz negou, se mantendo sentado me observando enquanto eu limpava. Fiz contato visual, percebendo que ele fazia aquilo de novo, assim como das outras vezes em que eu o tatuei.
Taehyung era conhecido de um dos meus colegas de faculdade, ele me chamou no insta há algumas semanas e se mostrou interessado em fazer uma tatuagem comigo. Desde então foram três tatuagens e minutos longos dele flertando comigo enquanto eu trabalhava.
Dei mais uma olhada, mas me arrependi ao vê-lo me olhando de cima a baixo com a mandíbula travada, umedecendo os lábios com a língua logo depois. Abaixei a cabeça e sorri constrangido, negando com a cabeça e guardando as tintas no lugar.
— Você fica tímido. — Se levantou e veio andando em minha direção. — Você tem um belo sorriso, Yoon.
— "Yoon"? — Levantei uma das sobrancelhas ao vê-lo me chamar e maneira tão informal. — Temos essa intimidade desde quando, Kim?
— Só não temos porque você não quer. É porque eu sou mais novo, hum? Gosta de caras mais velhos? — Parou na porta, mantendo o mesmo olhar sedutor. — Eu não sou bonito o suficiente para você, hyung?
— É meu ambiente de trabalho, Kim. E você ainda é um bebê. — Terminei de organizar tudo, pegando minha bolsa e trancando o estúdio antes de sair. — Precisa de mais alguma coisa? — Perguntei enquanto andava para fora do prédio e Kim continuou a caminhar ao meu lado.
— Eu já sou maior de idade, fiz dezoito há quase três meses. — Insistiu. — Aqui na rua não é seu ambiente de trabalho, eu acho. — Ironizou. — Mas se for, então estou disposto a pagar.
— É coisa de jovem flertar chamando de vagabunda? — Peguei meu celular que vibrava no bolso, vendo o numero desconhecido e demorando a atender. — Alô? — Ouvi uma respiração do outro lado da linha e a pessoa demorou a finalmente começar a falar. — Tem alguém aí?
"Dongsaeng? Eu preciso falar contigo."
— Mujin? — Dei uma risada nasalada ao ouvir uma resposta positiva. — Ah, vai se foder. — Desliguei o telefone na mesma hora e voltei a guarda-lo no bolso.
— Eu não queria estar na pele desse Mujin. Então, quer beber comigo? Eu conheço um bar legal aqui perto. — Taehyung voltou ao seu jeito galanteador de antes.
— Você nem pode beber, Kim. São trinta dias sem álcool e agora vá para casa antes que eu ligue para a sua mamãe e avise que você está dando em cima de homem mais velho, vai! — O cortei de uma vez, vendo a expressão sedutora e o jeito conquistador ser substituído por um olhar entristecido.
No caminho para casa, novamente meu celular tocou, o mesmo número de antes. Não pensei duas vezes antes de bloquear.
Faltava pouco para que eu chegasse no prédio. Só pensava em tomar um banho quente e me jogar na cama. Depois de um dia longo na faculdade e outros afazeres no estúdio e em casa, eu só queria sossego. Todavia, de relance, eu percebi que um carro me seguia. Eu mudava de calçada, acelerava e diminuía o passo, mas de nada adiantava.
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Best of me (Yoonseok)
RomanceO silêncio tomou o veículo e só quando paramos no sinal que eu dei uma olhada pelo retrovisor e consegui enxergar o rosto do policial iluminado pela luz branca de um poste mais à frente. Puta merda, foi esse cara que me debruçou no capô do carro e m...