35 - Qual é a sua verdade?

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   Eu realmente queria continuar com as minhas palhaçadas para deixar claro o quão dramáticos eles estavam sendo, mas conforme passavam os minutos o meu estado só piorava. Meu corpo tremia de frio, mas eu também estava com as roupas molhadas de suor. O cansaço era tanto que até manter os olhos abertos era difícil.

— Gente, falta muito? Eu estou ficando com medo. — Embora o aquecedor já tivesse sido desligado faz tempo, Jung abriu um pouco as janelas na tentativa de descer a minha temperatura. — Ele parece estar piorando. Yoongie, fica de olhos abertos, não me assusta, por favor!

— Faltam menos de dez minutos, mas eu não posso acelerar muito por causa da neve, Jung.

— E você ainda queria ficar em casa esperando melhorar, seu teimoso! Vou mandar a senhora Yoona te dar uns tapas quando você melhorar. — Jung pôs uma das mãos em minha bochecha, me despertando quando eu quase cochilei em seu colo. — Acorda, Yoon, fica acordado. Presta atenção em mim, sim? Quer eu eu cante para você? Lembra da nossa música? "Eu sou um homem em um filme. Quando nossos olhos se encontram é como se fôssemos estrelas de um filme, é maravilhoso" se lembra?

Apesar de estar bastante debilitado, esbocei um sorriso sincero quando ele começou a cantar Man in a movie, lembrando da conversa que tivemos há alguns dias atrás. Não sei se essa era a melhor maneira de manter alguém acordado, mas prestar atenção nele cantando realmente funcionou para mim até que estacionássemos no hospital.

— Chegamos, gente. Hoseok, pega ele, eu vou pegar os documentos. — Kim abriu destrancou as portas e todos praticamente trabalharam em conjunto para me ajudar.

Desde o momento em que chegamos até eu ser chamado foi surpreendentemente rápido.

— O senhor é responsável por ele? — A médica, uma senhorinha de cabelos brancos, perguntou enquanto encarava Hoseok. — Pode colocá-lo aqui na maca.

Embora eu quisesse responder, nem tinha forças para isso e acabei sendo obrigado a assistir a situação de Jung sendo meu responsável, enquanto a doutora, crente que eu era menor de idade, me tratava como uma criança.

— Dá para ver que não é um rapazinho com medo de agulhas, não é? — A doutora encarou minhas tatuagens e os piercings em meu rosto e me olhou com uma cara de "Você não tem mãe, criança?" — Essa juventude, não é? Mas eu entendo bem, quando era jovem eu também enlouquecia meus pais pintando o cabelo e colocando piercings. Qual o parentesco de vocês? São irmãos?

— Ah... sim, somos sim. — Jung apenas concordou com a doutora, querendo apenas que ela me fizesse melhorar. Acredito que ele também devia estar inseguro de se dizer meu namorado por motivos óbvios. — Mas ele não é menor de idade não, doutora.

— Já fez dezoito? — Ela perguntou enquanto me examinava. — Tem uma carinha de dezessete. Meu menino também tinha cara de bebê quando fez dezoito anos. É assim mesmo, na casa dos vinte que o rosto começa a amadurecer mesmo.

Depois de alguns exames, de receber medicação na veia e tomar um chá de cadeira, esperando aquele soro terminar, finalmente eu conseguia falar normalmente, sem parecer que estava desabando e com minhas forças se esvaindo.

Na salinha aonde eu estava sentado em uma poltrona confortável apenas esperando o soro acabar, a doutora entrou para me dar uma última olhada e saber como eu estava.

— Como se sente, rapazinho? Tudo indica que é uma gripe mesmo. Muito provavelmente a cirurgia de apendicite, que seu irmão mencionou que você fez, te deixou mais fraquinho e sua imunidade anda um pouco baixa. Nisso, pegando friagem no inverno, acaba acontecendo mesmo de pegar uma gripe. Vou receitar alguns medicamentos para dor, febre e outros sintomas que você pode vir a ter. Mas acima de tudo, precisa descansar e, de preferência, sem ir para ambientes com baixa temperatura. Ah, sim e ele precisa se alimentar bem para ficar mais forte e disposto.

Best of me (Yoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora