Monique.
Hoje é segunda feira e eu vim pra escola, acho muito engraçado o fato de que eu ainda estudo, as vezes esqueço que ainda tenho 17 anos. Eu trabalhava meio turno lá na antiga favela em que eu morava em uma loja de make, tive que sair quando vir morar por aqui, inclusive to procurando algo, mas tá impossível, 2 meses entregando currículo e até então, nada.
Hoje eu tive duas aulas vaga então fiquei no pátio da escola conversando mesmo, eu e os de sempre: Duda e Paulo, na verdade eles estavam conversando pois eu tava no celular tentando decifrar uma frase que Nathan postou no status "ficar sozinho é necessário, afasta pessoas, problemas e decepções" fiquei alguns minutos lendo e relendo, não entendi?
Falando nisso, desde aquele dia que ele não foi me ver que não se falamos mais, na verdade eu cheguei a responder um status dele mas ele só fez curtir a mensagem, aí não fui mais atrás.
— Ela tava no pagode ontem amiga, você precisava ver, descendo até o chão, bebendo, e ele não tava lá não viu? O assunto da favela foi esse ontem! Só sei que todo mundo fala que ela tá linda grávida. — Paulo falou
— Tá de 5 meses, minha irmã é colega da irmã dela, o nome do baby é Enzo Gabriel, esse nome super ultrapassado já! — Duda riu, comecei prestar atenção na conversa
— Vocês estão falando de quem gente? — perguntei sem entender
— De um pessoal aqui mona, você deve não conhece não. — Paulo me respondeu
— Provavelmente não conheço mesmo não! — falei rindo, daqui eu só conheço eles e Nathan
— Aí, voltando o assunto...fiquei sabendo que o relacionamento deles não tá ótimo não, muito me admira né? Eu peguei ele a 5 anos atrás e a mona tava procurando rivalidade comigo até um dia desses! — riu voltando ao assunto
— Ela é assim amiga, mas só solta piadinha mesmo, ela nunca bateu em amante nenhuma dele não! — o viado falou — Mas ele faz as coisas bem escondida ou então parou de trair, nunca mais ouvi boato de traição nenhuma dele! — Duda negou com a cabeça
— TH não se aquieta não, Paulo! Ah não ser que o filho mude ele, mas acho bem difícil né. — respondeu debochada, encarei ela, TH?
— Vocês estão falando de quem mesmo gente? — perguntei mais uma vez, agora fiquei confusa
— De um traficante bem conhecido daqui mona, a mulher dele tá grávida e tudo, maior babado! — Paulo riu
— O nome dele é TH? — perguntei sem entender
— Nathan, o vulgo dele que é esse, TH! — eu nem respondi mais, meu coração apertou, meu brilho sumiu, cara, como assim? Eu estava sem acreditar, ele não seria capaz disso, não mesmo.
— A mulher dele tá grávida? Que mulher é essa gente? — perguntei mais uma vez só pra confirmar oque eu tinha acabado de escutar
— Mulher dele mona, que pergunta! Mora junto e tudo, ela tá grávida de 5 meses de um menino! — afirmou, minha expressão mudou completamente— Pera aí, você conhece? — neguei com a cabeça, não falei mais nada.
Assim que a aula acabou eu fui pra casa, entrei no meu quarto já chorando horrores, tinha segurado o choro a tarde toda, mas agora eu não precisava segurar. Deus, como assim? Não consigo acreditar que ele fez isso cara, não mesmo. Toda hora vinha na mente Paulo falando que a mulher tava grávida. Então a boba da história esse tempo todo foi eu? Então foi tudo mentira?
Chorei, chorei muito, eu senti uma dor no peito que eu nunca havia sentido antes, eu estava me sentindo enganada, burra, iludida, a outra da história, segunda opção, se é que eu cheguei a ser uma opção pra ele. Pode até ser besteira pra quem vê de fora mas eu sempre fui muito reservada em questão de sair ficando com as pessoas assim.
Nunca gostei de ficar com um e com outro, nunca tive um relacionamento sério, não tenho ex, simplesmente pelo fato de que não consigo simplesmente sair por aí transando e ponto. Mas com Nathan foi diferente, ele chegou do jeito dele, foi me ganhando aos poucos, e acabei confiando nele perdendo a virgindade com ele, é tão clichê falar isso logo no século da putaria, me sinto até envergonhada, ele deve riu tanto de mim.
Mas, não era oque eu acabei de descobrir que estava me deixando destruída, era o fato de que mesmo sabendo disso eu não tava sentindo nem um pouco de raiva dele, eu já estava completamente apaixonada, me apeguei a algo que nunca me pertenceu e isso era o que mais estava acabando comigo.
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Intensidade.
FanfictionQueria que tivessem dito a menina doce que eu fui, que meu coração é grande por isso eu sofreria, que muitos me amaria menos do que eu mereço ser amada, e que eu não deveria aceitar migalhas por isso. Que eu perderia pessoas, e ficaria tudo bem, por...