KetlynEntão tão de repente, quando apareceu, ele se foi. Largando para trás a escuridão, e minha curiosidade.
Apoio o capacete na moto e pego o papel e a rosa vermelha, levo delicadamente a rosa até a ponta do meu nariz, e sinto o cheiro maravilhoso da flor.Desdobrando cuidadosamente o papel, não encontro nada além de um "W".
Desacreditada olhando para o nada, entendo que acabei de ver meu stalkear.
O homem que me assombrava há meses, que invadia meus pensamentos a todo momento. Que me fez sentir medo e adrenalina apenas por achar um papel.
Meu stalkear pilota assim como eu.
Imagino como deve ser sua aparência, alto é visível que sim. Afinal o homem é bem maior que eu.
E agora tenho total certeza de que estou sendo observada, ele deve ter me visto sair. Não sei exatamente se isso me assusta.
A curiosidade que vinha me matando, eu poderia ter dado um jeito nela, se ao menos imaginasse quem era ele. Como ele me encontrou e quem é ele?
Mais tarde, deitada em meio ao edredom, olho em direção a janela. Vislumbro a escuridão, por algum motivo sempre achei o silêncio e a noite belas. Nós momentos mais sozinhos, me sentia acolhida pelo silêncio da noite, e em meio a minhas perguntas, encontrava consolo.
Qual o porquê de tudo isto? Um stalkear, um trabalho nada normal e uma vida nada comum.
Poderia dizer que meu passado me condenou, mas não conhecem mesmo meu passado, não sei como fiquei sozinha naquela casa, não sei o que aconteceu com minha mãe, e jamais saberei como seria se ela não tivesse partido.
Nunca vou saber como seria receber amor.
Por que justo comigo?
Me encolho em meio ao edredom, afundando minha cabeça no travesseiro, o que me resta é deixar minha imaginação criar respostas para perguntas sem solução, deixo o sono tomar conta de mim.
Na manhã seguinte
Adentrei ao escritório imenso do Sr. Brown. Combinei hoje mais cedo de me encontrar com ele após o almoço.
Avisto ele sentado em sua cadeira, usando como sempre um terno, e cabelos penteados. Claro, também há um cigarro em sua mão.
- Ketlyn! Que bom te ver. - Anuncia de forma animada, me encarando de sua cadeira.
A sua frente, sento na cadeira puxada. Ele pode estar de bom humor, mas eu não.
- Você sabe o que vim fazer. - Respondo de forma abrupta.
Ele bufa em desaprovação, e balança a cabeça negativamente.
- Você vai fazer! Não me importa, eu te dei um trabalho, e se não realizar você vira o trabalho. - Disse convencido, como se tudo isso não fosse loucura.
Estou prestes a protestar mas sou interrompida.
- Eu consegui Ketlyn, finalmente tenho as respostas que me pediu, eu sei o que aconteceu com sua mãe, e quem o fez. - Estava convicto de sua fala, se levantou e veio ao meu encontro, tragando lentamente seu cigarro.
Estou imóvel, a resposta que sempre quis está a um serviço de mim.
- Este será seu último serviço, após este estará livre. Eu vou parar com o trabalho. - Sua fala é inacreditável.
Eu finalmente terei uma chance de sair. Uma chance de acabar com essa merda de assassina.
Um leve brilho cobre meus olhos, um brilho de esperança. E ao encarar meu chefe vejo que seus olhos também brilham, brilham pela vitória na discussão.
Eu não tenho escolha. Mas não irei assumir, afinal ele já sabe disso.
Me levanto indo em direção a porta, sem trocar nenhuma palavra com o velho maluco, o silêncio indicava a minha perda, a perda do que queria conseguir com está conversa. Mas há algo a mais, há uma conquista, ou melhor duas, minha liberdade e respostas.
Tudo o que desejava, eram respostas.
As vezes até desejei receber amor. Mas com o tempo se percebe que amor é um privilégio, e eu com certeza não tive, e não terei. Quem não tem amor, não tem sonhos ou felicidades e muito menos objetivos. Tenho ambições, vontades intensas.
Quando não se tem, ou teve, nada a pessoa se agarra a coisas pequenas, e enfrenta tudo que for preciso para que ninguém tome aquele pouco de você.
É semelhante a uma garrafa de água para um viajante do deserto.
Minha maior ambição nunca foi ter aquilo que nunca tive, além do mais não se sente falta do que nunca se teve.
Mas sinto sede, sede da água com a qual sempre me contentei com gotas. Essa água são o pouco do meu passado, as poucas coisas que sei sobre a única pessoa que poderia ter me dado amor.
Respostas sobre minha mãe, sobre quem a matou e condenou todo o resto da minha vida. Me prendendo aquela casa, da qual só saí por causa de uma atitude arriscada.
E mesmo assim fui condenada novamente, em um serviço que me põe de volta ao tabuleiro dos magnatas americanos, desta vez como uma infiltrada que destrói inimigos, enquanto também destrói a si mesma.
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Revenge
Lãng mạnRevenge - As duas faces de uma lâmina "𝓟𝓻𝓲𝓷𝓬𝓮𝓼𝓪, 𝓞 𝓹𝓪𝓼𝓼𝓪𝓭𝓸 𝓿𝓮𝓲𝓸 𝓽𝓮 𝓬𝓸𝓫𝓻𝓪𝓻 𝓬𝓸𝓷𝓽𝓪𝓼, 𝓮𝓵𝓮𝓼 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓿𝓸𝓬𝓮̂! 𝓠𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓺𝓾𝓮 𝓹𝓪𝓰𝓾𝓮 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓯𝓻𝔃, 𝓮 𝓮𝓾 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓿𝓸...