capítulo 37 - Starry Night

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Ketlyn

Me olho uma última vez no espelho, observando meu trabalho.

Eu usava o vestido e os saltos. Meu cabelo estava penteado e arrumado em suas ondas naturais. Eu passei um pouco de perfume e coloquei um brinco, ele era delicado e combinava com meu colar, uma pequena bolinha prateada da qual pendia um pequeno coração também em prata.

Eu estava vestida como a protagonista de um dos meus livros preferidos, eu sabia que conhecia aquele vestido, ele era idêntico a descrição do vestido do livro. Já o vi em uma fanart.

Coloco a máscara, porém ainda falta algo. Vou até o quarto pegando a rosa que me foi deixada, eu planejava tirar seus espinhos, mas parece que pela primeira vez os espinhos foram cortados.

Ele pensou nisso. Me pergunto se ele leu os livros.

Agora eu estava pronta, pois o que seria de Adeline sem suas rosas com espinhos cortados. Isso não podia ser coincidência, ele havia planejado isso, afinal ele é meu stalkear.

Fecho a casa e agarro o convite e a máscara, quando estou prestes a descer Carlos surge no elevador.

- Eu disse que você não podia ir sozinha, comigo pode. - Diz convencido.

- Mas e o dress code? - Me preocupo e abro o convite.

Carlos usava um terno com uma gravata em um verde escuro e fechado, sua cor preferida.

- Caramba, você é sortudo, tirou o Xander. - O guio para o apartamento abrindo o mais uma vez.

Ele entra, retiro o paletó e o jogo na mesa, afrouxou a gravata e abro os primeiros botões da blusa. Não é nada elaborado mas agora está mais despojado, como o Xander.

- Carlos, estamos atrasados, isso é o melhor que consigo fazer - Anunciei enquanto o arrastava para fora do apartamento.

Tranquei a porta mais uma vez, correndo em direção ao elevador, a porta se fechou e ele apertou o botão, o elevador começou a se movimentar e confesso ainda não ter me acustumado com a sensação que elevadores me causam, e se ele parar? E se eu ficar presa? Eu não confio nem um pouquinho nessa caixa de metal.

A porta se abre em um pequeno beep, atravessamos a porta e logo estamos fora do prédio, para a nossa surpresa o carra já nos esperava.

Um SUV preto, o motorista abre a porta, vestindo um terno completamente preto e usando uma máscara preta.

O carro está quentinho e cheiroso, me acomodo no banco e meu amigo entra ao meu lado, olhando pela janela noto a presença de um Insulfilm que impede a nossa visão do caminho. Uma medida de segurança para a confidencialidade da festa eu imagino.

- Você está vestida de que personagem? - A pergunta me tira dos meus pensamentos.

Me viro fitando seu rosto, e respondo.

- Adeline, de Assombrando Adeline, eu amo esse livro. - Respondo calmamente, mas é possível notar que ele não faz ideia de quem seja.

Às vezes uma pessoa de 99 anos com Alzheimer e o Carlos são a mesma coisa.

- É um dos meus livros preferidos, já te contei sobre, tem um stalkear maluco, se lembra? - Esclareço para ele.

- Ah, o que deixa rosas né? - Concordo com um sorriso - Você está linda.

Sua fala é sincera.

- Também está bonito. - Digo me virando para frente.

Eu prefiro que Carlos não faça muitas perguntas, é melhor ele acreditar que fui sorteada, eu não quero preucupa-lo com o fato de ter um stalkear, isso eu mesma vou resolver depois de hoje.

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