Capítulo 62 - Mentiras

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Henry

- Pode começar a explicação - diz Ketlyn me vendo entrar no escritório.

Levanto as sobrancelhas surpresas com sua presença em meu escritório, sentada na minha cadeira com os pés na minha mesa.

- Tira os pés da minha mesa, por favor - digo, entrando no escritório e fechando a porta.

Revirou os olhos e tirou os pés do móvel.

- Você prometeu...

- Você também prometeu algo para mim - respondo a cortando.

Me aproximo e me sento no sofá tomando o copo de café preto que trazia em minha mão.

- Ótimo, esse é um bom ponto para começarmos. O que EU tenho a ver com sua vida?! - perguntou, completamente convencida.

Dou um gole em meu café, percebendo ser provável a terra ser plana do que eu sair vivo daqui.

- Assassina. Esqueceu? - provoco.

Ela se apoia para levantar da cadeira, mas suas rodinhas giram e quase a derrubam.

- Merda - resmunga e dou uma risada baixinha.

Caminha até onde estou e se senta na poltrona branca perto do sofá.

- Não tô com tempo, começa logo - falou.

Ela me encarou com uma expressão mandona e sustentando meu olhar com seus olhos pretos.

- Por onde quer começar? - questiono.

É, eu definitivamente estou tentando enrolar ela.

- Rosas, cartas, rastreador, convites, ameaças e um maluco me seguindo? - sugeriu.

Meu rosto se manchou em um sorriso embaçado que logo se desfez.

- Você não se lembra mesmo - digo, me lamentando.

- Explica - sibila.

Fudeu Henry.

É melhor contar tudo logo.

- Seu aniversário de 7 anos. Te encontrei chorando perto da fonte, estava machucada. Eu te perguntei o que aconteceu e você se recusou a me contar - digo, vendo seus olhos brilharem em curiosidade - Eu insisti, mas você estava determinada a mentir. Mas, percebi que você segurava uma tiara de plástico quebrada e prometi consertar se você me contasse o que aconteceu.

Ketlyn estava com os olhos vidrados em mim. Seus cabelos caiam em volta do seu rosto formando uma moldura perfeita.

- Você me contou. Seu pai te bateu. Mas, você não parecia gostar do assunto e logo me pediu para brincar com você. Eu fui, nós brincamos com uma história de um livro que você leu...

- Qual? - questionou, me cortando.

Me interrompeu para perguntar qual o livro? É né.

- Rapunzel, mas esse não é o ponto. Você me pediu algo antes que eu fosse embora - falo.

Ela franziu o rosto em uma expressão confusa.

- Minha tiara? Porque eu ainda não recebi - alfinetou.

- Ah, não foi isso. Você me pediu duas coisas, a primeira era para te ver. E a segunda, para te encontrar e ajudar a fugir - expliquei.

- Me ver? - ela perguntou.

- Invisível. Era assim que você me contou ser, e, bom, se descreve assim até hoje. Então, pediu para que eu não me esquecesse que você existisse e que não era invisível - digo.

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