Henry
Forço a porta suavemente para não fazer barulho, e ela se abre revelando uma Ketlyn bem nervosa.
Seus olhos, tão escuros feito a noite banhada por estrelas, me prenderam onde eu estava. Ela me olhava com raiva por interromper sua sessão de interrogatório.
Encosto a porta de volta ao seu lugar e cruzo meus braços me escorando na parede, afinal, não adianta eu tentar impedir ela.
Se eu tentar, vou terminar amarrado como o sujeito no canto da sala.
- O que ele faz aqui?! - questionou Nick parecendo se dar conta da minha presença.
- Não te interessa. Ele nem devia estar aqui - disse, com a mesma rispidez e ignorância da noite passada.
Alguém voltou ao normal.
- Vocês se conhecem? - perguntou com certo desdém.
Ketlyn estava pronta para responder, mas tomei frente no assunto.
- Temos algumas pendências a serem resolvidas - digo, alfinetando Ketlyn com um olhar de reprovação.
Eu estava aqui, pois alguém com uma mania inexplicável de plantar o caos a todo momento, fugiu.
E, certamente, tenho motivos suficientes para la coloca em cárcere privado por um bom tempo.
- Mas...
- A conversa é comigo - impõe Ketlyn, cortando o que Nick ia dizer.
Os olhos verdes do jovem me atingiram com intensidade, mas logo voltou sua atenção à mulher que apontava um revólver para sua cabeça.
Ela usava uma roupa qualquer de Karol, mas, impressionantemente, ainda era capaz de causar medo. Seus cabelos estavam bagunçados e escorriam por suas costas e rosto, dando contraste a sua pele pálida.
Suas sobrancelhas estavam franzidas em desconfiança, e seus lábios desenhados em concentração, assim como seus olhos.
Ela apontava a arma com desdém, como se estivesse segurando um mísero brinquedo. E seria capaz de atirar sem sentir qualquer remorso ou sentimento além de um certo fascínio pelo sangue.
- Como descobriu? - ela questionou com certa amargura.
Descobriu o quê?
- Não fui eu, Charles descobriu. E Nickolas já desconfiava. - explicou, e aí percebi seus olhos marejados - Nem ele e muito menos eu, fizemos isso. Mas, agora você sabe um ponto que se você quiser pode te favorecer.
Ele respondeu, lançando uma proposta com um olhar convincente.
- Não - respondeu ela, negando sem mais nem menos.
Ela parecia distante enquanto brincava com o gatilho e com os desenhos na arma que portava. Mas, Nick, simplesmente abaixou a cabeça.
- Amber? - ele chamou e imediatamente ela o olhou.
Amber?! Disso eu não sabia.
Então esse era o "A" na ficha.
- Por favor, eu passei por tanta coisa aqui, talvez não tanto como você. Mas esse lugar está me matando por dentro, essa merda de sobrenome é um castigo - disse se lamentando - Pega a herança. Faz o que quiser com ela. Gaste. Doe. Ponha fogo. Destrói a casa. Mas eu te imploro, faz isso acabar antes que acabem comigo.
E por um segundo eu vi...
Vi aquele olhar brilhar novamente. Carregado de tantas emoções que não sabia descrever. Aquele olhar transmitia tudo o que ela era, um mistério, um belíssimo
mistério.
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Revenge
RomantizmRevenge - As duas faces de uma lâmina "𝓟𝓻𝓲𝓷𝓬𝓮𝓼𝓪, 𝓞 𝓹𝓪𝓼𝓼𝓪𝓭𝓸 𝓿𝓮𝓲𝓸 𝓽𝓮 𝓬𝓸𝓫𝓻𝓪𝓻 𝓬𝓸𝓷𝓽𝓪𝓼, 𝓮𝓵𝓮𝓼 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓿𝓸𝓬𝓮̂! 𝓠𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓺𝓾𝓮 𝓹𝓪𝓰𝓾𝓮 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓯𝓻𝔃, 𝓮 𝓮𝓾 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓿𝓸...