Capítulo 22 - Coturnos Vermelhos

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Ketlyn

Deito na cama me permitindo afundar em meio aos travesseiros, esse trabalho é esgotante, e não estou me referindo a parte física, mas sim a mental.

Toda vez que um trabalho era feito eu me sentia vazia, é como estar presa a uma realidade. Sinto que nunca vou me livrar disso, apenas se bater as botas.

Enquanto o Sr. Brown viver ele vai dar um jeito de nos controlar, e eu já descartei a possibilidade de assassinar meu chefe. Eu seria a primeira suspeita dos guardas.

Os malucos que me contratam por meio dele, não se importariam nem um pouco com a morte da pessoa que guarda seus segredos mais sujos.

Mas os guardas com certeza sim, eles representam um problema. São os únicos que sabem a respeito de tudo isso, são eles que sequestram e arquitetam as mortes junto do Sr. Brown.

Afundo meu corpo em meio aos cobertores, procurando conforto em meio a turbulência da minha mente. Olho para o lado e avisto as botas e a máscara, agora limpas de todo o sangue.

Já me acostumei a usá-las, a máscara era de algum material firme como plástico, mas era extremamente leve. Ela cobre o rosto todo, quem olha de fora não vê nada, nem mesmo meus olhos, a máscara tem algum mecanismo inteligente com lentes "invisíveis" que permite que eu veja tudo e respire sem dificuldade.

Ela é preta, com olhos vermelhos desenhados. O olho esquerdo possui uma rachadura, desenhada também em vermelho, que corta o olho ao meio e se estende quase até as bordas. Ah e claro, embaixo do olho direito tem um pequeno coração que Carlos desenhou.

Enquanto as botas, são coturnos vermelhos, tem um salto de uns dez centímetros. Além das regras eu também tenho que usar sempre um sapato com salto enquanto trabalho, porque segundo o babaca do meu chefe eu sou baixa demais para intimidar alguém, como se 165cm fosse pouco.

Mas como matar alguém de salto alto não é nada fácil, Carlos me ajudou a escolher esse coturno que além de ter minha cor preferida, ainda é bem mais fácil de usar.

Congelo ao ouvir um barulho na porta, é como se ela estivesse se fechando. Não é possível ter alguém na minha casa no meio da noite?

A porta estava trancada, e ninguém além de mim tem as chaves. Começo a me levantar silenciosamente, mas o barulho da porta se fechando novamente faz com que agarre a adaga ao lado da cama, e corra até a porta.

Não tem ninguém, a porta ainda está trancada. Mas eu tenho certeza que alguém entrou. Abro a porta e olho em volta no corredor. Está vazio e o apartamento dos três vizinhos está com as luzes apagadas.

Com a mão firmemente presa a adaga sigo até o elevador e chamo, o prédio tem dez andares e estou sexto. Como não tem ninguém acordado a essa hora o elevador deve estar lá embaixo, mas ele está aqui.

Se o elevador está aqui, isso quer dizer que alguém subiu mas não desceu. Mas não tem ninguém aqui, eu tenho certeza disso.

Volto para meu apartamento e tranco a porta, eu devo ter imaginado coisas. Está tudo em um silêncio absoluto, e não há nada espalhado.

Agora percebo o quão humilhante seria se alguém tivesse me visto, de pijama com uma adaga na mão às uma da manhã no corredor.

Sentei na cama guardando a adaga ao meu lado, passo a mão em meus cabelos bagunçados em uma tentativa boba de me acalmar.

- Deve ser cansaço, o trabalho está acabando comigo, não há nada de errado, você está bem Ketlyn. - Sussurro para mim mesma e volto a dormir.

Notas da autora

Oi gente, vim dar a boa notícia de que FINALMENTE a linha do tempo da história se estabilizou kkkk isso quer dizer que agora não teremos avanços tão grandes de tempo entre os capítulos.

Até o capítulo 20 era meio que a "introdução" a história, uma parte que é necessária para que entendam a personagem e o futuro da história.

Bjjjssss💓💓💓

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