Capítulo 20 - Limões envenenados

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Ketlyn

Observo Carlos pelo canto do olho, ele parece nervoso, já deve saber que vou encher ele de perguntas.

O Sr. Brown mais uma vez se levanta para falar algo, que obviamente não vou gostar.

- Sabe Ketlyn, você teve uma vida difícil, foi esmagada e torturada por pessoas que te consideram inferior - ele olhava fixamente em mim, tentando abalar meu emocional - Mas você não demonstrou fraqueza ao matar o próprio pai, e é isso que eu quero, eu quero uma assassina fria, e o que eu quero eu consigo.

Ele ajeitou sua postura e deu um sorriso convencido, ele realmente quer que me torne uma assassina. Parece que não tenho escolhas, estou mais uma vez obrigada a seguir algo que eu não queria, mas que veio por consequência de algo que quis fazer.

- Você não tem escolhas, senhorita, pense com carinho, lembre que se for boazinha tudo vai ficar mais fácil - disse como se isso fosse uma oportunidade maravilhosa - Eu tenho que ir. Carlos vai te passar as regras e explicar tudo, já tenho um serviço para fazerem mas passarei as informações pessoalmente.

Caminhou até a porta e abriu indicando para que fossemos embora.

"Se a vida te der limões faça limonada", isso é o que qualquer pessoa emocionalmente estável diz quando tudo está por um fio.

Mas eu com certeza não sou uma pessoa emocionalmente estável.

Então agora eu me pergunto, o que eu faço se a vida me der uma falsa sensação de felicidade, paz e segurança e depois me jogar de um morro cheio de pedras, até cair em uma cama de cactos e vidros com uma cesta de presentes cheia de limões envenenados?

Saí daquela sala com sofás feios a passos largos, borbulhando de raiva. Carlos vem logo atrás, e ele já deve ter entendido que é melhor ficar quieto.

Entramos no carro, afivelei o cinto soltando o ar que nem percebi que estava prendendo.

Encaro meu amigo ao lado, ele está com a cabeça abaixada e ainda não ligou o carro.

- Quem foi? - Perguntei olhando para a frente.

Ele sabe do que estou me referindo, e é melhor responder logo.

- Meu pai morreu antes da minha mãe ir trabalhar naquele lugar horrível, ele era honesto, não tinha família aqui perto, sempre foi uma pessoa boa - desvio meu olhar para ele - Ele foi vítima de um assalto, mas como não tinha nada, tiraram a vida dele. Eu descobri quem fez isso, e fiz o que fiz.

Seus olhos estavam marejados, suas mãos agarravam firmemente o volante, ele não tinha culpa de nada, não devia ter ficado brava com ele.

- Thomas descobriu o que fiz, desde então eu estou aqui, e agora te arrastei para a mesma cova a qual estou preso - lágrimas escorriam de seus olhos focados em mim - Ele descobriu por causa do veneno, foi culpa minha isso acontecer, me perdoe pequena.

- Me escondo da minha própria mãe porque tenho vergonha. Eu joguei minha vida no lixo, e agora estou jogando a sua também, eu tentei te ajudar mas só piorei tudo. - Ele disse de forma sincera.

Apoie uma de minhas mãos em seu ombro e com a outra limpei suas lágrimas.

- Não precisa se culpar, eu te perdoo. Você sempre me ajudou, e era só isso que estava tentando fazer, não fez nada de propósito. - Falei com um sorriso para tentar acalmá-lo.

Nos ajeitamos no banco, e ele deu partida no carro.

- Se não tivesse me ajudado com o veneno ainda estaria lá na casa com ele, provavelmente estaria vendida para alguém, ou em situações piores. Obrigada Carlos. - Pronunciei em forma de gratidão.

Notas da autora

Oie, vim pedir para que vocês votem e comentem nos capítulos.

Beijos de luz e paciência a todos que se identificaram com a reflexão da Ketlyn sobre os limões (eu me identifico).💓


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