Capítulo 9 - Jardim dos fundos

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Ketlyn

Abro a janela me apoiando na mesma, aqui do alto eu tenho uma bela vista do jardim dos fundos.

Esse jardim sempre foi meu refúgio, quando era criança me escondia nele com frequência, mas hoje eu passo mais tempo aprisionada nesse quarto do que fora dele.

O jardim é extenso e muito pouco frequentado tanto por minha família, quanto pelos funcionários.

As plantas foram organizadas de uma forma milimetrada. A área ao redor da fonte,que fica ao centro, é aberta e tem banquinhos e flores pequenas. Logo atrás da fonte, arbustos altos formam uma espécie de cerca, quem olha lá de baixo pensa que o jardim terminou ali, mas eu sabia que logo atrás havia outro jardim e esse sim era o meu refúgio.

Lá as flores crescem de forma natural, e tudo parece mais calmo.

Estamos em junho, chegando ao mês mais quente. Era minha época preferida para ir ao jardim.

Afasto meu corpo da janela e consigo apoiar minha perna sem nenhuma dor, faz um mês que tudo aconteceu. Vou ao jardim.

Me deparo com aquela cerca de folhas verdes e bem desenhadas, se todos prestassem atenção aos detalhes conseguiriam ver a passagem que tem aqui, é um vão entre dois arbustos, se vc olhar de frente não há nada.

Abaixo um pouco e atravesso o vão entre os dois arbustos. Respiro fundo ao olhar em volta, e meus pulmões inflam com aquele ar puro, que não foi contaminado por pessoas ruins.

Caminhando até minha árvore preferida, lembro de todas as vezes que sentei aqui para ler. Me abaixo, sentando abaixo de sua sombra. Fecho meus olhos e deixo o vento fresco levar meus pensamentos.

Penso em como minha vida poderia ser diferente se minha mãe estivesse aqui. Será que eu seria feliz?

- Se escondendo aqui pestinha?

A voz fez meus batimentos acelerarem, e minha respiração se descontrolou, era Michel.

Ele havia sumido, desde aquele dia eu não o vi mais, Marianne estranhou quando perguntei sobre ele, mas disse que deveria ter tirado férias.

Levantei bruscamente, mas fui pega antes de raciocinar uma fuga.

- Cala a boca, se você gritar vou garantir que seu papai te dê um jeito.

Minhas mãos estavam amarradas, e eu não parava de chutar. Eu tentava gritar mas minha boca foi tampada por uma mão.

Fui jogada contra a árvore, e sem me deixar tempo para correr Michel prendeu meu corpo contra ela. Eu já sentia o nó em meu estômago se formando, e lágrimas deslizavam por minha bochecha.

Sua mão passeava por meu corpo, e desta vez não havia nada para jogar, minhas pernas não conseguiam se mover.

A blusa azul larga que eu usava foi levantada, sua mão subiu de minha cintura e alcançou meu seio. Eu esperneava e me mexia de forma compulsiva, soluçava em meio a lágrimas soltas.

Nenhum movimento era útil.

Meu seio foi esmagado, e eu escutava palavras e grunhidos nojentos vindo do segurança.

- Você deve ser linda sem roupa.

Sua mão áspera parecia queimar minha alma, que doía e vazava a dor por meus olhos e boca. Eu queria sair daqui mas o aperto de seu corpo era forte demais, e sua outra mão ainda me prendia.

Minha luta se tornou mais forte quando sua mão desceu em direção ao cós da calça larga que usava.

Não, isso não, alguém me tire daqui por favor. Minhas palavras saiam em forma de sons baixos por causa da fita.

Ele tocou a beirada da minha coxa. Eu chutava mas era em vão, meus gritos eram inúteis e minhas mãos estavam presas.

Minha visão era turva devido a lágrimas, mas consigo ver sua mão que antes explorava meu corpo, agora me soltou.

- KETLYN! Solta ela seu babaca!



Notas da autora

Eita bbs! Quem será ein?

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