Capítulo 57 - Vinho

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Ketlyn

O tiro acertou algum canto da biblioteca, fazendo o barulho que eu precisava. Afinal, a sala possuía revestimento acústico, então os gritos de Karol não eram ouvidos, mas o tiro, sim.

- Senta na cadeira e cala a boca - ordenei entre dentes.

Ela obedeceu, ainda calada, e eu rapidamente a amarrei com uma das cordas que usaram em mim.

Ouço passos se aproximando e me posiciono perto da porta novamente, apontando a arma para a pessoa que está prestes a entrar.

Então, a porta se abre e vejo um homem de 1,85 m parado, me olhando perplexo. Seu olhar vacila entre mim e Karol, que está amarrada.

Ele veio armado, mas parece confuso demais com a situação. Suas íris minúsculas em meio ao azul de seus olhos.

- O que aconteceu?...

- Larga a arma - digo com um sorriso de poucos amigos.

Ele arregala os olhos, confuso, e passa a mão pelos cabelos bagunçados, os fios loiros emaranhados mostrando que estava dormindo.

- Entra e me dá o revólver, ou vou substituir o cérebro minúsculo da sua amiga por uma bala - ameaço, apontando a arma para Karol.

Ele entra delicadamente, e eu consigo fechar e trancar a porta.

- Me. Dá. - digo mais uma vez, perdendo a paciência.

Ele se abaixa e coloca o revólver no chão. Balanço a cabeça indicando que o chute para mim, e ele o faz sem pestanejar.

Abaixo, agarro o metal frio e o aponto em sua direção, enquanto o outro continua na mira de Karol.

- Agora, sente-se - falo, e ele simplesmente senta no chão, cruzando as pernas, como se já tivesse aceitado tudo.

Ouço a porta se abrir mais uma vez, e imediatamente Marc aparece, notando que foi enganado por mim.

- Entra e senta, sem reclamar - imponho.

Ele entra, e percebo que foi tolo o suficiente para vir desarmado. Ele se senta ao lado de Karol.

Apoio um dos revólveres perto da porta agora trancada e volto minha atenção a eles.

- Olha só, eu vou amarrar ele. E se tentarem fazer alguma gracinha, vou atirar e não tô nem aí em quem vai acertar - aviso enquanto me aproximo da outra corda que usaram em mim.

Infelizmente só há duas, e o loirinho vai ter que ficar solto. Mas ele é minha menor preocupação, qualquer palhaçada e mando ele pro inferno.

Me agacho dando nós firmes nas mãos de Marc atrás de suas costas. Esses não vão ser desfeitos como os nós frouxos que fizeram em mim.

- Agora você, quero mãos na frente do corpo onde eu possa vê-las o tempo todo - falo por fim, pegando o revólver no chão de volta para mim.

Então puxo a poltrona vermelha para que fique à frente deles, me sentando enquanto apoio um revólver no meu colo e seguro o outro.

- Posso fazer uma pergunta? - questiona o segurança.

- Já fez. Mas, continue - digo revirando os olhos com impaciência.

- O que está acontecendo?! - Henry pergunta.

Volto minha atenção para ele, afinal ele é o único solto. Devo ficar de olho.

- A pergunta era dele. Mas dane-se, nem eu sei o que está acontecendo. Prendi todo mundo e agora vocês vão me explicar o que está acontecendo - exijo.

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