Ketlyn
O tiro acertou algum canto da biblioteca, fazendo o barulho que eu precisava. Afinal, a sala possuía revestimento acústico, então os gritos de Karol não eram ouvidos, mas o tiro, sim.
- Senta na cadeira e cala a boca - ordenei entre dentes.
Ela obedeceu, ainda calada, e eu rapidamente a amarrei com uma das cordas que usaram em mim.
Ouço passos se aproximando e me posiciono perto da porta novamente, apontando a arma para a pessoa que está prestes a entrar.
Então, a porta se abre e vejo um homem de 1,85 m parado, me olhando perplexo. Seu olhar vacila entre mim e Karol, que está amarrada.
Ele veio armado, mas parece confuso demais com a situação. Suas íris minúsculas em meio ao azul de seus olhos.
- O que aconteceu?...
- Larga a arma - digo com um sorriso de poucos amigos.
Ele arregala os olhos, confuso, e passa a mão pelos cabelos bagunçados, os fios loiros emaranhados mostrando que estava dormindo.
- Entra e me dá o revólver, ou vou substituir o cérebro minúsculo da sua amiga por uma bala - ameaço, apontando a arma para Karol.
Ele entra delicadamente, e eu consigo fechar e trancar a porta.
- Me. Dá. - digo mais uma vez, perdendo a paciência.
Ele se abaixa e coloca o revólver no chão. Balanço a cabeça indicando que o chute para mim, e ele o faz sem pestanejar.
Abaixo, agarro o metal frio e o aponto em sua direção, enquanto o outro continua na mira de Karol.
- Agora, sente-se - falo, e ele simplesmente senta no chão, cruzando as pernas, como se já tivesse aceitado tudo.
Ouço a porta se abrir mais uma vez, e imediatamente Marc aparece, notando que foi enganado por mim.
- Entra e senta, sem reclamar - imponho.
Ele entra, e percebo que foi tolo o suficiente para vir desarmado. Ele se senta ao lado de Karol.
Apoio um dos revólveres perto da porta agora trancada e volto minha atenção a eles.
- Olha só, eu vou amarrar ele. E se tentarem fazer alguma gracinha, vou atirar e não tô nem aí em quem vai acertar - aviso enquanto me aproximo da outra corda que usaram em mim.
Infelizmente só há duas, e o loirinho vai ter que ficar solto. Mas ele é minha menor preocupação, qualquer palhaçada e mando ele pro inferno.
Me agacho dando nós firmes nas mãos de Marc atrás de suas costas. Esses não vão ser desfeitos como os nós frouxos que fizeram em mim.
- Agora você, quero mãos na frente do corpo onde eu possa vê-las o tempo todo - falo por fim, pegando o revólver no chão de volta para mim.
Então puxo a poltrona vermelha para que fique à frente deles, me sentando enquanto apoio um revólver no meu colo e seguro o outro.
- Posso fazer uma pergunta? - questiona o segurança.
- Já fez. Mas, continue - digo revirando os olhos com impaciência.
- O que está acontecendo?! - Henry pergunta.
Volto minha atenção para ele, afinal ele é o único solto. Devo ficar de olho.
- A pergunta era dele. Mas dane-se, nem eu sei o que está acontecendo. Prendi todo mundo e agora vocês vão me explicar o que está acontecendo - exijo.
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Revenge
RomanceRevenge - As duas faces de uma lâmina "𝓟𝓻𝓲𝓷𝓬𝓮𝓼𝓪, 𝓞 𝓹𝓪𝓼𝓼𝓪𝓭𝓸 𝓿𝓮𝓲𝓸 𝓽𝓮 𝓬𝓸𝓫𝓻𝓪𝓻 𝓬𝓸𝓷𝓽𝓪𝓼, 𝓮𝓵𝓮𝓼 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓿𝓸𝓬𝓮̂! 𝓠𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓺𝓾𝓮 𝓹𝓪𝓰𝓾𝓮 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓯𝓻𝔃, 𝓮 𝓮𝓾 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓿𝓸...