Capítulo 19 - Reunião

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Ketlyn

Já amanheceu, e como o combinado Carlos me buscou. Ele obviamente está quieto, como se eu não estivesse com mil perguntas para fazer.

Não sei se já entendi essa história maluca, mas estou afim de tirar ela a limpo, e se ele continuar calado vou apelar para a violência.

Estou sentada no banco ao seu lado, já estamos há um bom tempo na estrada, isso quer dizer que é longe o suficiente para eu não memorizar o caminho.

- Você vai mesmo me ignorar? Primeiro me vem com uma conversa maluca sobre assassinos e depois só me ignora. - Falei impaciente.

Ele me olhou com um sorriso debochado.

- Sim, vou te ignorar, me desculpe pequena, mas são ordens. - Disse voltando sua atenção para a estrada.

Me ajeitei no banco procurando me distrair, mas eu definitivamente sou ansiosa demais.

- Já estamos chegando? - Olhei em direção a janela, onde não via nada além de casas e prédios.

- Você já me perguntou isso umas três vezes, mas sim estamos chegando. - Sua fala me animou.

Como se desse pra ficar muito feliz com o motivo dessa "reunião".

Paramos em frente a um prédio alto, ele era muito bonito, coberto de vidros espelhados.

Carlos abriu a porta para mim e estendeu a mão, que cavalheirismo, quem vê nem pensa que ele está me ignorando a um tempão e que já cogitei bater nele diversas vezes.

Fui guiada até a portaria do prédio, onde ele entregou um cartão a recepcionista. Ela era bonita e de cabelos vermelhos, tinha minha altura e olhos verdes.

Fomos para um elevador, onde só estávamos nós, eu definitivamente não confio em elevadores. São pequenos e fechados, e como eles funcionam? Já pensou se isso cair?!

- Você está respirando tão alto que posso ouvir, não precisa ter medo de elevadores. - Disse rindo.

- Eu não estou com medo do elevador, apenas dessa maluquice que você me arrumou. - Eu claramente menti.

A porta se abriu dando a visão de um corredor amplo cheio de portas, mas entre elas uma se destacava, ela era grande e de metal prata.

E quando elas se abrem diante de mim, entro lentamente, de repente a atmosfera se tornou mais pesada.

A calça jeans preta me aperta, e estou suando por baixo da blusa vinho de mangas longas.

A sala é enorme, cheia de móveis chiques que não sei descrever. A parede do fundo é uma enorme janela. Um homem de terno está no sofá verde musgo.

Recebi um puxão na minha mão, merda eu estava paralisada.

- Ketlyn Amber Hamilton seja bem-vinda - sua saudação fez minha atenção se desviar para a figura no sofá - Este é meu prédio comercial, uma empresa de marketing digital, mas acho que já está ciente que não é aqui a proposta que quero te oferecer.

Me sentei no sofá a sua frente e ao meu lado estava Carlos.

- É um prazer te conhecer, eu sou Thomas Brown - estendeu a mão e eu a apertei - a senhorita deve se perguntar o porquê de tudo isso. Mas fique tranquila irei te responder.

Ele devia ter uns quarenta anos, cabelos castanhos escuros e olhos castanhos claros.

- Por que eu estou aqui exatamente? O que quer comigo? Que doideira é essa de assassina? O que o Carlos tem haver com tudo? Por que eu? - Perguntei olhando desafiadora.

Ele riu, riu de mim?

- Com calma por favor, primeiro você está aqui porque eu quero que esteja, tenho uma proposta da qual já sabe, quero que trabalhe para mim. - se levantou para se servir de vinho
- Eu trabalho aqui e essa é minha fachada.

Abriu os braços e deu uma volta indicando que esse lugar era só um disfarce.

Me ofereceu vinho, não aceitei com um aceno de leve.

- Muitos investidores e nomes importantes da sociedade, têm problemas dos quais precisam se livrar. E eu dou a solução - apontou para nós - O Carlos já trabalhava pra mim há uns três anos.

Deu de ombros e se sentou novamente, apoiando a taça na mesa.

- Agora o porquê você, essa é a parte mais legal - disse entusiasmado como se houvesse graça - Você é invisível, ninguém sabe da sua existência, o que é perfeito para uma assassina. Assim como Carlos você cometeu um erro, matou alguém e eu descobri.

Meu coração se acelerou quem Carlos matou antes de virar assassino?







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