Ketlyn- Por que exatamente ele pediu a reunião? - Pergunto dirigindo o meu olhar a Carlos.
Não era do costume do Sr. Brown pedir reuniões de última hora, e mais estranho ainda se a reunião fosse no prédio comercial.
Nós supostamente somos funcionários neste prédio e passamos o dia inteiro nele. Temos que atuar o melhor possível, as reuniões são passadas na casa do Sr. Brown que é afastada da cidade.
- Eu não sei, eu apenas recebi a ligação de manhã. - Respondeu dando de ombros.
Estamos na mesma sala com sofás horríveis, a mesma de quando vi meu chefe pela primeira vez.
Falando nele, aqui está entrando pela porta, com seu terno limpo e intocado, e cabelos bem penteados mas está aparentemente estressado.
- Eu preciso falar com vocês, se sentem por favor. - Sentou-se no sofá.
Nos sentamos esperando o que ele iria falar.
- Tenho um novo serviço, mas esse é pessoal, estarão sendo contratados por mim e um velho amigo. Carlos será responsável por dar um fim em um funcionário de uma empresa que traiu o chefe - fez uma pausa puxando um cigarro e acendendo - Enquanto a você Ketlyn, tenho uma missão um pouco mais ambiciosa.
Eu? Era só o que me faltava, aposto que vai mandar eu esquartejar alguém, como fez da última vez que falou isso.
- Como disse, a questão é pessoal, e não há ninguém melhor que você para isso. Você se demonstrou fria como eu já havia imaginado. Dessa vez não vai ser simplesmente passar a faca, você seguirá um plano montado por mim. - Disse levando o maldito cigarro a boca.
Olho diretamente em seus olhos, buscando respostas.
- De quem se trata, e que plano seria? - Questionei demonstrando aspereza.
- É o filho de Andrew White, você já deve ter visto na sua casa, Henry White. Eu tenho pendências sérias com o moleque - puxou uma pasta da mesa de centro e esticou até mim - O plano não é difícil, não será se você seguir tudo à risca, é uma vingança à altura da pessoa, fique tranquila.
Ele fala sempre com tanta naturalidade, que chega a me dar nojo, sua figura engomadinha se levanta do sofá.
- Agora estão dispensados. - Anunciou de pé.
Mais tarde
Me deparo mais uma vez com a carta que encontrei hoje cedo. Realmente alguém esteve na minha casa e eu nem notei.
Desta vez a mensagem dizia:
" Um coração foi prometido a uma alma vazia "
Acho que de todas essa é a mais sem sentido.
Volto minha atenção a pasta em cima da mesa, eu não abri ela nem mesmo por um momento. Acho que devo abrir e ver logo o que tem dentro.
Abro a pasta e me deparo com uma foto, e abaixo o nome, Henry Hartmann White, antes eu não havia reconhecido pelo nome. Mas agora percebo que minha próxima vítima se trata do loiro oxigenado.
O mesmo que encontrei na Mansão Hamilton a um tempo atrás. Não adianta eu sentir pena, vai morrer logo logo, só não sei como.
Começo a folhear a ficha que o Sr. Brown havia montado. Todos os horários, a agenda dele, senhas dos portões, e até mesmo um programa que vai me dar acesso às câmeras pelo celular.
É uma ficha extremamente detalhada, tem a planta da mansão onde mora, e dados curiosos sobre ele, como alergias. E por fim nas últimas páginas uma lista imensa.
Ela diz o que devo fazer, e tem até mesmo datas para serem feitas. Pelo visto ele quer que eu planeje a morte. E por fim uma mensagem para mim.
" Eu sabia que você era especial Ketlyn, então confio em você para planejar e executar, sozinha, a morte da pessoa que mais odeio.
Se falhar, o próximo serviço de Carlos será você.
Se conseguir, terá todas as respostas que sempre quis e um bom pagamento "Era uma lista absurda, com datas diferentes marcadas como "ideais para monitorar", "ideais para invasão", dentre outras. Mas era apenas no dia vinte de outubro que deveria matar ele. Até lá eu deveria monitorar o herdeiro.
Mas também há uma exigência que não havia notado antes, eu poderia matar da forma que preferir, mas a mão esquerda devia ser cortada e colocada em uma caixa para o Sr. Brown.
Eu não posso fazer isso, é ridículo demais.
Meu celular toca, e na tela vejo que é meu chefe. Atendo de forma despreocupada, por mais desesperada que esteja.
- O que acha do serviço Ketlyn ? - Pergunta e pelo tom de voz vejo que está sorrindo.
- É absurdo. - Digo cuspindo as palavras.
- Você vai fazer, querendo ou não. Vai receber muito bem por isso, mais do que por qualquer outro serviço que já fez. E se continuar negando, ouso dizer que se completar tudo da forma certa, finalmente vou entregar as respostas que tanto quer - Sua risada exasperante soa.
- Eu disse que é absurdo, não vou monitorar e assustar um filho da puta por quase três meses. - Após falar percebo que ele desligou a ligação faz tempo.
Sinceramente onde estão as leis trabalhistas para assassinos de aluguel?
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Revenge
Roman d'amourRevenge - As duas faces de uma lâmina "𝓟𝓻𝓲𝓷𝓬𝓮𝓼𝓪, 𝓞 𝓹𝓪𝓼𝓼𝓪𝓭𝓸 𝓿𝓮𝓲𝓸 𝓽𝓮 𝓬𝓸𝓫𝓻𝓪𝓻 𝓬𝓸𝓷𝓽𝓪𝓼, 𝓮𝓵𝓮𝓼 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓿𝓸𝓬𝓮̂! 𝓠𝓾𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓺𝓾𝓮 𝓹𝓪𝓰𝓾𝓮 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓯𝓻𝔃, 𝓮 𝓮𝓾 𝓺𝓾𝓮𝓻𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓿𝓸...