Capítulo 49 - Princesa

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"Não sei a razão, mas não consigo deixar de pensar em você." - Mr. Darcy, Orgulho e Preconceito.

Stalker

Minha mente se agita, em um turbilhão de pensamentos, e perguntas com respostas indisponíveis.

Era impossível focar na minha vida, no meu trabalho e cotidiano, se minha mente o tempo todo se dirigia a ela.

Durante os últimos dias não tive tempo de vê-la, sei que está abalada com o ocorrido.

Ela torce pela vida dele, mas a verdade é dura e certeira, ele não vai resistir naquele muito tempo naquele hospital.

Por isso, eu fiz o que fiz.

Eu tomei uma decisão que pode ajudar, mas as coisas não são assim tão simples. Pode ser que meu plano dê errado, e eu tenho medo de como ela vai ficar com tudo isso.

Tenho medo de sua reação, mas escolhi lidar com isso.

Volto minha atenção a carta que estou escrevendo, a fluida tinta preta desliza com facilidade pelo papel.

A caneta de tinteiro parece dançar sobre a folha, enquanto escrevo delicadamente, desta vez o papel tem lindos detalhes em dourado.

Por um momento, levanto a caneta. Vendo a única palavra escrita pela superfície.

"Princesa"

Olho para o lado, vendo a bela rosa que colhi. Vermelha feito sangue, absolutamente perfeita e delicada. Sua beleza indescritível e seu cheiro inebriante. A rosa podia ser o significado da pureza, se não fossem por seus espinhos que a tornavam forte além de sua beleza. Minha princesa é exatamente como uma rosa vermelha.

Mas será que ela ao menos sabe o porquê disso tudo?

Me perco diversas vezes na preocupação de que ela tenha se esquecido de tudo, que tenha se esquecido de mim e de nossas promessas.

Se lembra do porquê ela é minha princesa? E qual foi a primeira vez que dei uma rosa para ela? E de tudo que me prometeu?

Bom, eu não sei. Mas o pequeno surto que ela teve depois de levá-la ao mirante, deu a entender que não se recorda de nada.

E ela parece me ver como uma ameaça.

Eu sou uma ameaça, um perigo a qualquer pessoa, menos a ela.

Sou um verdadeiro pesadelo na vida das pessoas, e talvez também seja para ela. Eu jamais a faria mal, mas condenaria a vida de qualquer um que o fizesse.

Eu incendiaria o mundo inteiro por ela.

Ketlyn pode pensar o que quiser ao meu respeito, que sou um maluco, um psicopata, um sádico, um obcecado, um stalker fissurado.

A realidade é que eu sou isso tudo.

Mas a culpa não foi minha, nem eu mesmo entendo o que aconteceu comigo.

E não sei o porquê de fazer isso, às vezes as coisas se confundem. Não sei se é por vingança, raiva, diversão, respostas ou algo a mais.

Olho meu trabalho feito, admitindo que a carta está bonita.

Me parece que anos de caligrafia valeram a pena, só de imaginar que ela pode gostar.

Mais tarde

Deslizo minha mão pela carta, apoiando-a junto da rosa, encima da cama.

Planejo voltar antes que ela chegue, mas ainda tenho tempo antes disso.

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