Capítulo 55 - Biblioteca

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Ketlyn

 
    Faz dias que não durmo direito.

   Passo noites em branco e se acaso consigo dormir, acordo em meio a pesadelos horríveis. Minha mente está uma bagunça frequente, tomo remédios para dormir mas não ajudam.

    Cheguei a conclusão de que nunca mais vou ter uma noite de paz. Deslizo as mãos pelo meu cabelo, completamente bagunçado, por tanto me mexer e me reviro outra vez na cama.

     Eu estou com sono, estou cansada, tão cansada...

     Mas não consigo dormir. A minha mente parece estar a mil por hora, e meu corpo, ele só quer descansar. É como se eu estivesse lutando contra mim mesma, contra meu próprio cansaço e exaustão.

    Me levanto vendo o relógio marcar quase meia noite. Estou deitada a três horas e ainda não consegui dormir, e talvez não durma.

     Tropeço em uma chave de fenda e noto que não guardei a bagunça que fiz, há ferramentas espalhadas pelo chão. Esparramei tudo enquanto, há horas atrás, tentava desarmar uma bomba.

    Talvez devesse me preocupar com isso, mas esse maldito não me surpreende mais. Afinal, recebi comida envenenada dias atrás e tenho certeza de que é tudo obra do maldito Stalker.

    Aquele desgraçado.

   Abro minha gaveta do closet, apanhando o pequeno potinho branco. Aquele era o remédio que havia conseguido para tentar dormir. A recomendação era de apenas um comprimido por dia, mas, houve dias em que tomei dois e não adiantou de nada.

Destampo o pequeno vidro jogando vários comprimidos em minha mão, não sei quantos exatamente, mas em média nove.

    Eu preciso descansar, e não me importa se vou dormir por um dia direto.

    Coloco os comprimidos um por um na boca, sentindo minha língua adormecer ao gosto azedo do remédio. Forço com a língua para que desçam sem a ajuda de água, e sinto eles rasgarem por minha garganta até atingir o estômago.

   Me arrasto de volta aos cobertores apenas me jogando no colchão, sinto meus olhos pesarem com cansaço.
   
   Mas, de repente, ouço um estrondo. Como se algo estivesse entrando, mas talvez sejam coisas da minha cabeça.

    Fecho os olhos mais uma vez, e passo a mão em meu rosto, tentando raciocinar o que está acontecendo. Mas as coisas parecem emboladas demais.

    — KETLYN! Sei que você está aqui! — Ouço uma voz que parece feminina dizer.

    Resmungo um pouco e me afasto de volta à cama, esperando que tudo seja um breve sonho estranho.

    Então, percebo que é tudo real. Afinal, o fato de ter um 38 bem no meu nariz, o metal frio beijando minha pele, e eu sentir o cheiro da bala me provaram isso.

   — Ketlyn, levante-se calmamente. — Uma voz grossa ordenou.

   Apoio minhas mãos tentando me levantar, mas meus músculos estão falhando miseravelmente nessa tarefa.

   — Ela está pálida demais. Está tudo bem, Ketlyn? — Ouço a mesma voz grossa questionar.

   Foco minha visão no rosto concentrado em mim, olhos castanhos, pele bronzeada e cabelos escuros. É um homem, mas não consigo ver detalhes de nada.

    — Marc, ela é nossa refém! Deve estar fingindo. — Uma mulher ao canto diz.

   Sinto uma mão circulando meu pulso, enquanto a outra alcança minhas costas me levantando.

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