Capítulo 56 - Interrogatório

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Ketlyn

- E o que você quer? - questiono.

Os lábios de Karol se curvam em pura diversão.

- Apenas algumas respostas - diz, caminhando na direção do segurança.

O cara, que julgo ser o segurança, entrega uma arma para ela. É a mesma que apontaram para mim antes que eu tivesse tempo de levantar. Mas, aquela parecia ser a única que tinham.

- Então, cadê a razão do sequestro? - pergunto.

Normalmente, não se deve deixar a pessoa fazer perguntas. No entanto, como já observei, Karol não sabe a forma certa de fazer interrogatório.

- Bom, tiramos você da sua casa porque lá é sua zona de conforto, e a possibilidade de você tentar algo contra nós era muito grande - ela faz uma pausa, analisando o objeto em sua mão. - Agora aqui, você nem sabe onde está, ou seja, nada de truques.

Ela não tinha ideia, mas acabou de me contar onde estamos. Estou na zona de conforto dela, na casa dela, na mansão White.

E se antes eu não fazia ideia de qual cômodo era este, agora eu sei perfeitamente. Esta é a sala sem câmeras, é um dos pontos mortos da casa. Ela aparece na planta, porém, não havia como eu ver o cômodo por dentro sem câmeras.

Havia uma tranca inteligente nesta porta; ela pode ser facilmente trancada por dentro com uma pequena chave. Mas a digital do proprietário consegue destrancá-la por dentro e por fora.

- Primeiro, vamos apresentar os fatos. Ketlyn, você assassinou Andrew White e depois mandou uma caixinha de joias com seus dois olhos e uma foto, que deixa clara a evidência de tortura - diz, rodando a arma em sua mão como se fosse um brinquedo. - Então, incendiou a sede da empresa da família e mandou um quadro rasgado com sua inicial nele.

É, eu realmente fiz isso tudo aí. Mas, não da forma que ela está falando. Afinal, não sou burra.

- Invadiu o sistema da empresa e roubou dados. Depois, destruiu completamente a garagem e os carros em um ato de puro vandalismo - ela pausa, para apoiar a arma em uma baixa mesinha perto de mim. - Mandou um bolo envenenado na manhã do dia 9 e realizou uma compra de quase meio milhão de dólares em sexshop no nome de Henry White.

Ela parou de falar, como se procurasse mais coisas para dizer.

- Ah, claro, mandou um grupo de strippers masculinos para a mansão e depois resolveu implantar várias bombas na mansão - termina de falar me observando com pavor.

Mas a questão é que eu não invadi nenhum banco de dados, nem envenenei bolo, muito menos implantei bombas.

- Olha, só, eu não envenenei nada! Nem invadi sistema algum, ou sequer implantei bombas - assumo.

Sua expressão fica mais brava, como se discordasse de mim. Mas aquela era a verdade, eu não fiz nada do que acabei de dizer.

- Não me faça rir, não adianta mentir. Sei que você acha que ele matou seu amiguinho e agora você quis brincar de assassina! - diz de forma explosiva.

Brincar? Ah, Karol, você está me estressando.

- Chega aqui, o que você planeja com isso, hum? Vai me denunciar e me mandar pra cadeia? - passo, vendo seu rosto confirmar. - Pois bem, me mande. Eu fui assassina de Thomas Brown por um ano, sei seus segredos mais sujos. Segredos que afetariam tudo em sua vida e família por mais morto que ele esteja. Experimente me mandar pra prisão e eu te garanto, em uma semana estarei livre com uma passagem paga para um país bem distante e no mínimo um milhão de dólares para comprar meu silêncio.

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