Capítulo 10

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Sangue e suor escorriam pelo seu rosto.

Mais um soco o atingiu. Ele cuspiu no chão e soltou uma risada amarga.

– Podemos fazer isso o dia todo.

Outro golpe o atingiu, sentiu algo se quebrar dentro de sua boca. Cuspiu nas botas pretas de seu agressor e um dente quicou no chão ao seu lado.

– Realmente Daxton – uma voz veio de algum lugar na penumbra. – Podemos fazer isso o dia todo, mas não tenho muito tempo. Avisei para ficar longe.

Daxton levantou sua cabeça encarando o homem. Sua roupa estava impecável, seu terno branco e a calça de alfaiataria preta imaculada pareciam caros.

Ele andava de um lado para o outro na sala pequena. As mãos unidas atrás das costas.

Daxton estava em uma cadeira de metal, suas mãos presas atrás de suas costas por algemas feitas de pedra Dracolith, o impedia de usar seu poder.

A dor latejava em seu rosto, seu olho direito pintado de vermelho com o sangue que escorria de um corte em seu supercílio. O gosto metálico de seu sangue preenchia sua boca.

– Está furioso porque perdeu uma partida de poker? – Daxton pareceu rir. Ou pelo menos tentou, pois uma pontada de dor percorreu sua mandíbula transformando seu divertimento em uma careta – Sabe, na vida precisamos aprender a perder. Nem tudo é motivo para fazer birra. Qual é Mark, você já é um mocinho crescid...

Daxton não teve tempo de terminar. Seu rosto foi atingido por outro golpe, acertando sua mandíbula já ferida.

Mark o observava ser golpeado várias vezes. Ele não iria ceder.

Levantou a mão para que seu subordinado parasse.

Daxton havia desmaiado. Sua cabeça pendendo para frente. Seus cabelos escuros formando sombras em seu rosto. O sangue pingava de seu nariz.

– Acordem ele – sua voz firme preencheu cada canto do pequeno cômodo com seu comando.

Um de seus subordinados entrou na sala com um balde de água gélida entre as mãos, e jogou o conteúdo sob a cabeça de um Daxton inconsciente.

Ele acordou de supetão.

Seus cabelos pretos molhados, pingavam em seu rosto se misturando com o sangue formando caminhos de lágrimas cor de rosa.

Sua camisa branca manchada de sangue, agora grudava molhada em seu peito, os músculos definidos de seu tórax aparecendo por debaixo.

Mark aproximou se inclinando, seu rosto a centímetros de Daxton.

Seus olhos castanhos gélidos encaravam olhos azuis de puro fogo.

– Sabe garoto – disse numa calma gélida – Precisa aprender a manter essa sua boca fechada. Seu verme especial. – As duas últimas palavras ditas com tamanha repulsa e amargura.

Mark odiava pessoas que tentassem se fazer de espertas. Odiava aqueles que se achavam espertos para passar por cima de suas regras.

Mas o que de fato o fazia ficar furioso, eram pessoas com magia correndo em suas veias. Ele os achava uma completa aberração da humanidade.

Em seu ver, essas pessoas não deveriam nem ser consideradas humanas. Tinham apenas dois propósitos em sua vida, escravas sexuais ou cadáveres descartados em becos.

Daxton cuspiu no rosto de Mark. Uma mancha de catarro e sangue escorrendo por sua bochecha.

Mark suspirou limpando seu rosto com o dorso da mão.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora