Capítulo 8

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 Mavie corria pelo topo dos arranha-céus, seus corvos alçando vôo ao seu redor. As luzes da cidade brilhando em azul e roxo em sua pele.

Não queria acreditar até vê-la com seus próprios olhos.

Sua melhor amiga estava morta.

Ela custou a acreditar quando viu, através de seus corvos, o corpo de Penelape batendo contra a parede. O barulho que seu crânio fez.

Não. Pensou, sacudindo a cabeça para afastar esse pensamento. Lágrimas queimaram no fundo de sua garganta. Penelape não estava morta.

Iria até os infernos, enfrentaria seus irmãos para encontrar a alma de sua amiga, e trazê-la de volta se isso fosse necessário.

Mavie pulou de cima da construção, foram mais de cem andares até aterrissar na rua em frente ao prédio onde Penelape morava.

Um gato com a pelagem branca suja de sangue, a observava no hall de entrada, parecia a aguardar.

– Seu traidor – esbravejou para Miau Félix. – Se ela estiver morta, eu vou fazer picadinho de você.

Mavie mostrou os dentes enquanto passava por ele e subia as escadas correndo.

Parou assim que viu o corredor sujo de sangue.

Rastros de luta por toda a parte. Dois corpos estavam descansando ali. Uma era a mulher de cabelos ruivos, gorducha. A dona de Miau Félix, parecia que ela havia tentado chamar Penelape antes de ser morta, pois seu corpo estava muito próximo a porta. Um dos braços esticados e o outro parecia proteger sua barriga.

O outro era Penelape. Seu corpo sujo de sangue, caído de lado contra a parede.

Uma sombra densa formava uma silhueta ao lado de seu corpo. Ele se agachou ficando bem próximo de Penelape, quase a tocando. Escuridão transbordou de seu corpo para os lábios dela.

Mavie congelou.

A Escuridão sorriu para Penelape.

– Você – Mavie sussurrou, sua voz saiu trêmula com as palavras não ditas.

As sombras pareciam olhar em direção a Mavie, fazendo suas pernas fraquejarem.

Ela caiu de joelhos empapando sua calça preta de sangue.

Ele a observou por um instante e se dissipou no ar.

Uma lágrima irrompeu de seus olhos, seguida por outra.

Mavie finalmente se permitiu chorar.


Sua garganta queimava.

Ela lutava para conseguir respirar.

Água invadia suas narinas.

Ela abriu os olhos e nada se via à sua frente. O desespero ardia em seus pulmões, ou seria água?

Penelape se debateu, tentando alcançar a superfície, mas não conseguia ver a luz do Sol em lugar algum, ela poderia estar indo cada vez mais para baixo sem saber.

Parecia que estava sendo observada. Olhou ao redor tentando se acalmar para ver se conseguia distinguir algo, mas era impossível com toda aquela escuridão e água a sufocando.

Sentiu algo agarrar em seu tornozelo a puxando, tentou chutar, tentou puxar sua perna, mas o aperto se intensificou.

Seu pulso foi agarrado, virou em direção ao aperto puxando seu braço, agarrou o local e tocou em algo frio e duro, sem vida. Teve um breve vislumbre de ossos a segurando.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora