Daxton andava de um lado para o outro em seu apartamento. Penelape nem havia voltado para casa, ligou para ele logo que saiu do beco avisando que estava a caminho.
Chegou lá, e contou sobre sua noite, tirando fora a parte dos cães. Nessa parte desconversou sabendo que não o havia convencido em nada mesmo.
Ela estava sentada no sofá o observando murmurar para si mesmo.
– Compartilha Daxton, me fala o que está pensando.
Ele parou a meio passo e a encarou.
– Primeiro – respirou fundo – Você é muito imprudente Penelape.
Ela bufou, revirando os olhos.
– Pelo menos consigo mais informações que você. E não é como se eu estivesse planejando me meter em coisas desse tipo todas as madrugadas – murmurou chateada.
– Segundo – continuou – Essa informação foi extremamente valiosa – Penelape sorriu triunfante. Ele voltou a caminhar de um lado para o outro – Mas acho que Fyris não seja o que estamos procurando ainda. Ele se encaixa nos peixes pequenos.
– Mas é um bom começo Daxton.
Ele balançou a cabeça em concordância, absorto em pensamentos. Pegou seu celular e foi para a varanda, fechando a porta atrás de si.
Penelape suspirou seu estômago roncando atraindo sua atenção. Foi até a cozinha ver o que tinha para comer. Abriu a porta de inox da geladeira e descobriu que ele era uma pessoa saudável. Nas prateleiras inferiores várias frutas e saladas dos mais variados tipos dispostos ali. Ela remexeu nos potes de sobras e achou um macarrão com frango. O tirou da geladeira e abriu a tampa sentindo o cheiro delicioso dos temperos, seu estômago roncou mais alto. Pegou um garfo em uma das gavetas e começou a comer frio mesmo. O sabor estava divino, ela soltou um gemido saboreando cada pedaço de frango. Daxton sabia cozinhar muito bem.
– O que está fazendo? – Ela se virou em um pulo, sua boca cheia de macarrão. Engoliu com dificuldade e abriu um sorriso sem graça para ele, largando o pote na bancada.
– Eu estava com fome, achei que iria demorar mais. Não queria assaltar sua geladeira sem pedir, mas é que eu estava com muita fome.
Penelape sentiu suas bochechas se esquentarem de vergonha. Daxton tinha razão, era imprudente mesmo, mas jamais iria admitir isso para ele. Pensou.
Ele deu uma gargalhada se divertindo com a cara de culpa dela.
– Pode pegar o que quiser Penelape, eu não me importo. É só que você estava no escuro e gemendo... – Deixou a frase morrer nos lábios.
– Ai Deuses – levou as mãos até o rosto e escondeu suas bochechas vermelhas, murmurando algo incompreendido.
– O que você disse? – Ele se aproximou de Penelape.
– Eu disse que... – retirou as mãos do rosto e se calou com quão perto estava. Seu cheiro de pinho e fumaça preenchendo ao seu redor. Sussurrou – Não tenho culpa se você cozinha bem.
Ele riu de sua confissão, sua voz profunda e acolhedora preenchendo algo dentro de Penelape.
– Vem, vamos fazer um curativo nos seus machucados.
Ela balançou a cabeça e o seguiu até o banheiro.
Sentada na bancada ao lado da pia do banheiro. Seus olhos estavam na altura dos olhos de Daxton.
Ele limpava seus ferimentos superficiais com um líquido forte que fazia seus olhos arderem. Piscou para que parassem de lacrimejar.
– Então, o que vamos fazer agora? – Perguntou se distraindo da ardência que o cheiro estava provocando em seu nariz.
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Demônio de Néon
Science FictionVOL. I "Em algum lugar entre os arranha-céus uma criatura de olhos vermelhos uivou, e uma garota de cabelos azuis olhou em direção a janela assustada. Uma raposa de olhos brilhantes como o fogo era enjaulada ao lado de uma garota que foi enganada. O...