Capítulo 38

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A mulher caiu com um baque surdo no chão do corredor.

Sangue escorria de seus ouvidos, olhos, narinas e boca. Penelape havia a sufocado com as sombras, matando-a sem sentir nenhum remorso.

Seu corpo tremia com a exaustão dos ferimentos e do uso excessivo de poder.

Ela deixou as costas caírem no chão. Seus olhos se fecharam com o cansaço, queria ficar deitada ali até recuperar as forças. Mas precisava entrar em contato com Skylar e salvar Daxton, para saírem daquele lugar.

Tentou levantar seu braço, mas parecia que suas veias estavam carregadas de chumbo. Não conseguiu fazer mais do que levantar um dedinho.

Ela poderia só se render à exaustão. Só precisava dormir por alguns minutos, talvez se fingisse ser um cadáver no meio do corredor, ninguém iria se importar.

– Achei você. – O alívio na voz dele preencheu seus ouvidos, a impedindo de quase se perder entre um sono profundo.

Ela não conseguia reagir, apenas grunhiu quando a pessoa enfiou os braços por debaixo dos seus, tentado a manter em pé.

– Vamos Bela Adormecida, precisamos sair daqui. – O cheiro forte de colônia masculina barata invadiu suas narinas, a fazendo abrir os olhos com a ardência em seu nariz.

Seu braço estava no pescoço dele. O dele enlaçado em sua cintura a sustentando sem muito esforço, o outro segurava uma arma muito maior que uma pistola. Parecia pesada.

Penelape levantou o olhar encarando-o. O meio sorriso cafajeste colado em seu rosto, fez um alívio enorme preencher seu estômago.

– Max?

– O que foi Bela Adormecida?

– Sua colônia fede.

Ele abriu mais o sorriso em seus lábios.

– Você também está fedendo e nem por isso foi a primeira coisa que te disse.

Ela deixou que um sorriso fraco escapasse entre os lábios. Era um alívio o ver ali, significava que Skylar também estava, e que Daxton havia conseguido se livrar dos seus captores, entrando em contato com ela.

– Como você chegou até aqui?

Ele a carregou pelo corredor, a arma apontada para a frente pronto para atirar em qualquer pessoa que invadisse seu caminho.

Seus machucados ardiam como um inferno, mas ela mordeu o lábio inferior para conter o grito que ameaça escapar a cada passo.

– Digamos que estávamos de olho nesse laboratório a um tempo.

– Estamos? Skylar está aqui? – Ela levantou as sobrancelhas.

– Onde ela vai eu vou – Max deu uma piscadela.

– Então vocês sabem o que acontece aqui?

Ele tentou dar de ombros, mas ela estava apoiada nele.

– Sim e não.

Esperou que continuasse, mas nada foi dito.

Penelape suspirou.

– Pelos Deuses Max, se você sabe de algo me fala – franziu o cenho sentindo seus machucados arderem. – Aquela coisa tentou me matar, e eu só queria ajudar.

– Você precisa parar de bancar a heroína. As pessoas acabam se machucando no processo.

– O que você quer dizer com isso?

Penelape já havia entendido que as escolhas dela de fazer o que era certo estava fodendo com aqueles que ela se importava. Mas algo dentro dela estava cansada de pisar em ovos toda hora.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora