Capítulo 9

48 10 4
                                    


Penelape estava em um corredor. Dos dois lados esferas de luzes amareladas, iluminava fracamente o ambiente.

Conforme andava pelo corredor, a música foi ficando mais abafada. Ao fim dele, havia portas duplas pretas acolchoadas. As empurrou com facilidade.

Penelape foi recebida pela música alta invadindo seus ouvidos.

Luzes baixas deixavam o ambiente com um ar misterioso e sombrio.

Mulheres seminuas dançavam em um palco disposto no centro do local.

Homens e mulheres se sentavam nas mesas perto do palco, alguns sinalizavam para as moças se aproximarem, e as tirava de lá como mercadorias, levando sabe se onde.

Em alguns sofás, as pessoas bebiam e conversavam umas com as outras. Garçons seminus andavam pelo local entregando bebidas e comidas. Penelape notou que alguns deles atendiam as mesas e ali ficavam para saciar os prazeres dos clientes.

Ao lado esquerdo, um bar enorme se dispunha mais afastado do palco central. Atrás do balcão uma mulher usando um mini vestido verde servia as bebidas.

Ninguém havia notado sua presença. Passou os olhos pelas pessoas, mas não reconheceu Vanguard.

Seu casaco estava molhado com a garoa fina da noite, porém ela não o tirou.

Decidiu ir até o bar, se esgueirando sempre que alguém se aproximava lhe oferecendo algum tipo de prazer.

Ela passou por um sofá onde um homem ali estava, sua cabeça pendendo para trás no encosto. Em sua cabeça, um capacete com visor tampava seu rosto, fios de várias cores brilhavam atrás de si subindo pela parede e se perdendo na escuridão.

O homem parecia gemer de prazer, líquido azul brilhando em seus dentes toda vez que sorria com malícia.

Penelape já havia ouvido falar sobre este método de prazer.

Pessoas que procuravam lugares como aquele para saciar suas vontades.

Os capacetes proporcionavam realizar suas fantasias mais sórdidas. Os fios mandavam estímulos prazerosos para seu cérebro. Você só precisava colocá-lo em sua cabeça e logo seria acessado seus desejos de prazer.

Algumas pessoas usavam SynthX para ter uma experiência mais prazerosa.

Seja lá o que ele estava vendo, em breve suas calças ficariam meladas.

Penelape estremeceu de nojo. Não iria querer estar ali quando isso acontecesse.

Afinal, como as pessoas conseguiam ter orgasmos com tantas outras por perto.

O que Vanguard estava fazendo ali?

Ela se sentou na banqueta mais afastada do balcão. Ali conseguia ter uma visão privilegiada do local. Deu uma olhada distraída, observando a todos em busca de um rosto conhecido. Mas não conseguiu achar aquele que estava procurando.

– O que vai querer hoje meu anjo? – Uma voz doce e feminina chamou atenção de Penelape.

A mulher de vestido verde a encarava fingindo não notar suas roupas dois números maiores que ela, e seu casaco pingando por todo lado. Parecia familiarizada a atender pessoas muito mais estranhas.

– E-eu... – sua voz saiu rouca e falha. Faziam dias em que estava em estado semi morto em uma cama estranha. Ela pigarreou e pediu uma água. A mulher assentiu e lhe trouxe um copo cheio.

Virou o conteúdo em um único gole, a bebida gelada refrescando sua garganta. Pediu mais dois copos de água e os tomou. A mulher ergueu uma sobrancelha analisando-a.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora