Capítulo 25

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 Penelape havia pedido para Dante parar um pouco mais afastado da casa de Daxton. Ela precisava organizar seus pensamentos antes de bater à sua porta. Mas assim que desceu do carro, não conseguia pensar em como começaria a conversa. Contaria para ele sobre os cães? Talvez ele já estivesse tendo uma ideia do que estava acontecendo. Ou será que estava perdido como ela?

Penelape decidiu que abriria o jogo de vez, já estava com dor de cabeça só de pensar em guardar tantos segredos. Ela não era boa em mentir por muito tempo. Nem sabia se era boa em mentir.

Entrou no hall do prédio, e chamou o elevador. Seu pé batendo nervosamente no carpete vermelho da entrada, o chinelo maior que seu pé escapava a cada passo que dava.

– Parece a porra de um pé de pato – franziu o cenho para os chinelos.

O elevador apitou, e ela entrou apertando o botão do último andar.

Seu reflexo no espelho estava horrível. Sombras arroxeadas abaixo de seus olhos, sua pele estava tão pálida quanto seu cabelo. As roupas maiores que ela, davam a impressão de que havia emagrecido muito nos últimos dias.

Precisava de um banho, mas principalmente de uma boa refeição, se sentia faminta.

Seu estômago roncou alto quando saiu para o corredor em direção a porta de Daxton, parecia concordar que precisava ser alimentado em breve.

Penelape parou em frente a sua porta, agora que estava ali, não tinha certeza se queria de fato entrar e encará-lo, mas estava muito tarde para voltar atrás. E Daxton sabia cozinhar, talvez assaltar a geladeira dele não seria uma má ideia...

Mas havia algo a mais que a fez hesitar antes de bater, sua mão levantada a meio caminho, indecisa.

Ela procurou por ele. Estava em perigo e a primeira coisa que pensou foi nele. Por quê?

E agora para fugir de Mavie, foi ele que veio a sua mente. Parecia um pensamento recorrente sempre o procurar de alguma forma.

Penelape mordeu o lábio inferior com força, ignorando o frio que se instalou em seu estômago quando finalmente resolveu bater.

Deu duas batidas suaves na porta, e aguardou.

Mas ninguém apareceu.

Penelape suspirou, engolindo a pontada de decepção que ameaçou crescer dentro de si. Viria outro dia.

Se virou, e voltou pelo caminho em direção ao elevador.

– Penelape.

O sussurro agoniado de seu nome socou o estômago dela, tirando seu fôlego.

Ela olhou para a porta de Daxton, e suas pernas fraquejaram.

Daxton mal conseguia se manter em pé. Uma mão agarrada a porta, mantendo-a aberta para ela. Enquanto seu corpo se mantinha escorado no batente, tentando não cair. A camisa aberta deixava a mostra seu peito coberto por uma faixa manchada de sangue. Seu lábio inferior sangrava com um corte fundo. Hematomas espalhados por todo seu rosto. Parecia que havia entrado em uma briga contra um brutamontes.

 – Daxton – ela correu para ele, o pegando no exato momento em que seu corpo cambaleou para a frente. Caindo. Penelape grunhiu com o esforço que precisou fazer para sustentar aquela muralha de músculos – Eu te peguei. Peguei você.

Seus braços agarrados à cintura dele, tentando não machucar, o arrastando para o sofá bege.

– Acho que seu sofá vai ficar manchado, mas depois damos um jeito. – Ela o deitou no estofado macio, ajeitando seu corpo com cuidado.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora