Capítulo 26

70 14 66
                                    

 A iluminação pinicava seus olhos fazendo-a enterrar o rosto no cobertor quente e macio ao seu lado, sorvendo o cheiro de pinho e fumaça de Daxton.

Penelape se remexeu sentindo seu corpo ser puxado pelo cobertor...

Puxada pelo cobertor?

Abriu os olhos embaçados pela névoa do sono. Piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade.

A primeira coisa que viu foi a pele do pescoço, a veia pulsante. Os braços dele cobertos de músculos criando uma jaula em torno de sua cintura. A agarrando firmemente contra si.

Ela inclinou a cabeça, observando o rosto de Daxton virado em sua direção. Seus olhos fechados. A respiração pesada e tranquila, fez seu coração dar um salto.

Não lembrava de ter parado na cama com ele. Ai meus Deuses! Será que eles haviam...? Não, impossível. Ela se lembraria, afinal...

Ele se remexeu a puxando para mais perto de seu corpo, enterrando o rosto nos cabelos brancos de Penelape. Ele era tão quente, acolhedor. Não lembrava da última vez em que havia se sentido tão confortável dormindo com alguém.

Penelape queria ficar agarrada a ele por dias. Talvez uma eternidade. Daxton era tão...

Gostoso. – Ela gemeu alto, fazendo seu corpo se tensionar com a confissão que havia escapado de seus lábios.

Colou o rosto no peito dele, torcendo para que não tivesse escutado. Fingindo que estava dormindo profundamente.

O peito de Daxton vibrou abaixo de sua bochecha. Uma risada rouca, baixa, invadindo os ouvidos de Penelape.

Levantou a cabeça, encarando um par de olhos azuis como o fogo que ardia dentro dele. Os lábios repuxados em um sorriso sonolento.

– Você ouviu – confessou. Suas bochechas esquentando, envergonhada.

– Você gemeu um pouco alto.

O sorriso dele ficou mais largo. Um brilho malicioso passou pelos seus olhos.

Ela grunhiu frustrada, e empurrou o peito dele para longe de si se levantando da cama.

Sem o calor do corpo dele, sentiu sua pele arrepiar. Uma pontada de decepção pinicava seu estômago. Queria ter aproveitado mais do calor dele ao seu lado.

Daxton se sentou fazendo o cobertor escorregar para sua cintura expondo seu peito.

Os olhos de Penelape foram atraídos para lá, analisando em busca de algum ferimento ou hematoma.

– Está doendo?

Ele a encarava, seus olhos não conseguiam se desgrudar dos dela. Seu pomo de adão subiu e desceu lentamente a fazendo acompanhar o movimento com o olhar.

– Não. – Disse simplesmente, desviando o olhar do dela.

Penelape balançou a cabeça atordoada. Abriu os lábios, mas sua barriga roncou alto, a lembrando que não comia a um tempo.

A sombra de um sorriso pairou sobre os lábios de Daxton.

– Vem, – puxou as cobertas para longe de si e caminhou até a porta. Penelape o acompanhou – Enquanto faço alguma coisa de café da manhã. Por que não me conta o que te trouxe aqui tão tarde?

Penelape se sentou no banco em frente à bancada, observando os músculos nas costas de Daxton enquanto pegava ingredientes pelos armários da cozinha. Grata por ele não estar olhando-a enquanto tentava organizar os pensamentos.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora