Capítulo 51

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Ele grunhiu, impulsionando o corpo para fora da cama. Seus pés tocaram o chão frio em busca de suas pantufas. A névoa do sono embaçava sua visão. Reprimiu um bocejo ao mesmo tempo em que um clarão da tempestade iluminou a casa escura. Calçou as pantufas, arrastando os pés para fora do quarto.

Assim que abriu a porta para o corredor, um robô em formato de cachorro do tamanho de uma bola de futebol foi até seus pés, como se estivesse cheirando-o.

– Bom garoto. – Ele se abaixou, acariciando o topo de sua cabeça metálica.

Desceu as escadas sem acender nenhuma luz, pois mesmo sonolento sabia de olhos fechados onde ficava sua cozinha, e ele precisava de um copo de água, sua garganta estava seca como os desertos.

Abriu a porta da geladeira, a luz da porta clareou apenas uma pequena parte do cômodo. Pegou uma garrafa de vidro e a depositou sobre o balcão. Abriu uma porta do armário, trazendo um copo para perto de si. O encheu entornando o líquido de uma vez só, precisou tomar mais dois copos antes de sua garganta voltar ao normal.

Ao levar a garrafa de volta à geladeira, um relâmpago cortou o céu iluminando por um momento a casa, foi o suficiente para que visse o brilho de líquido derramado no chão. Por um momento achou que tinha derramado um pouco de água, mas ele estava um pouco longe do local onde a pequena poça estava.

Confuso, foi até o arco que dava para sua sala observando o líquido mais de perto. Outro brilho de tempestade iluminou sua casa, fazendo algo nas sombras chamar sua atenção.

Achou que poderia ser um truque de sua mente sonolenta, mas uma luz mínima violeta, flutuava muito perto do sofá. Ele estreitou os olhos, a luz parecendo se aproximar mais de si. Um arrepio gélido percorreu sua espinha. Algo está muito errado.

Ele tenta se afastar, o relâmpago ilumina o cômodo, levando as sombras para longe o suficiente para que ele veja o sorriso demoníaco, no rosto emoldurado por prata e violeta.

– Ding dong. – A voz feminina preenche seus ouvidos.

Algo se move à sua esquerda, mas ele não tem tempo de reagir. Uma pancada atinge sua cabeça, e toda sua consciência é engolida pela escuridão.

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– Você acha que ele está morto? – Penelape se inclina para mais perto de Dominic.

Ele está inconsciente sobre a cadeira no meio de sua própria sala, as mãos algemadas atrás do encosto.

– Não atingi nenhum lugar crítico.

– Pancadas atrás da cabeça são críticas por si só – ela cutucou a bochecha de Dominic – Ele parece morto para mim.

A risada de Daxton chegou até ela. Ele estava na cozinha buscando álcool para acordar Dominic de seu sono profundo.

– Você mais que ninguém sabe quando uma pessoa está morta, Poppy.

Ela se endireitou, dando espaço para que Daxton colocasse o frasco de álcool embaixo do nariz do homem.

– Não tenho como refutar esse argumento.

Dominic murmura alguma coisa, voltando a consciência.

– Você acha que a gente deveria bancar o policial mal, e o policial ruim? – Penelape fingiu tirar uma poeira inexistente do casaco. A água da chuva ainda pingava de suas roupas por toda a parte da casa de Dominic.

– Não acho... Espera, o quê?

Daxton a olhou por sobre o ombro, e Dominic arregalou os olhos quando a viu.

Demônio de NéonOnde histórias criam vida. Descubra agora