1 ano atrás:
🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹
Maldito momento em que cruzei o caminho daquele velho rabugento. E maldito momento que não pude controlar minha boca. Mas poxa! Foi mais forte que eu.
Agora eu estou desempregada. Por causa da minha boca grande e sem medidas. Ahh mas eu não fui a culpada. Aquele velho estava dizendo indecências para minha pessoa, não tinha como eu ficar calada. Explodi. Falei tudo e mais alguma coisa. Resultado: fui demitida e prometida de que não encontraria emprego em nenhum outro lugar. No começo não me abalou, saí daquela empresa com a cabeça erguida, mas agora só sinto vontade de chorar.
Como irei sobreviver?
Meus olhos enchem d'água e eu fungo tentando conter as lágrimas, não posso chorar no metrô. Há tanta gente aqui, me achariam louca.
Espero ansiosamente para que minha parada chegue, quando ela chega, saí-o correndo, eu só quero ir para casa.
Passos apressados, mãos tremendo, olhos inundados. Eu irei chorar e não consigo mais segurar.
Passo pela porta do prédio sem cumprimentar o porteiro, ele com toda certeza perguntaria se estava tudo certo, o que só ia adiantar o processo do choro. Era capaz de eu desabar ali mesmo.
Quando finalmente chego ao apartamento, passo pela sala como um furacão ignorando Melissa.
Tranco minha porta e me lanço na cama.
O choro vem com tudo. O choro que eu já vinha guardando à meses. Choro tudo, tudo que estava doendo, mas ainda assim acho que não é o suficiente. Se eu realmente chorasse tudo que doía, me desintegraria em lágrimas.
Choro como um bebê, queria que pelo menos houvesse alguém para me consolar. Mas não há ninguém.
Me encolho na cama e me cubro com o lençol ainda chorando. Eu queria desaparecer.Ser alguma coisa que não tivesse forma humana.
— Toma. — Melissa me atira com um pequeno cartão, eu franzo o cenho pegando nele.
— O que é isso? — Leio as informações no cartão. "Boate Lumiere".
— Sei que perdeu o emprego, por isso voltou para casa como um cachorro abandonado. — Não consigo decifrar a expressão de Melissa, não somos amigas, Melissa sempre foi uma espécie de garota passivo agressiva. Apenas convivemos por quê as duas precisamos desse apartamento.
— Quer quer que eu faça o que? Me prostituía? — Levanto meu olhos para ela com raiva. Como ela pode me oferecer esse tipo de solução? Que tipo de pessoa é ela?
— Ei, calma Selene. — Ela revira os olhos. — Tem outras coisas para fazer na boate além da prostituição. Por exemplo eu, sou dançarina. — Eu assinto.
— Somente pense a respeito, mas pense rápido o aluguel precisa ser pago. — E ela saí da sala me deixando sozinha.
Olho o pequeno cartão entre meu dedos. Ser dançarina não é a mesma coisa que ser prostituta não é?
E bem, eu tenho algumas habilidades...claro que nesse lugar seria fácil encontrar alguém que faz o que eu faço. Não seria uma grande habilidade então...
— Ash. — Suspiro. Vou ou não vou?
Ser dançarina não seria nada demais, ninguém me tocaria como tocam as prostitutas.
Ah, quer saber, eu vou!
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Nas mãos do Mafioso
RomanceSelene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...