25.Lúcio

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Lúcio Caccini
🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Selene me olha como se o que eu acabasse de dizer fosse um absurdo. Quando abro a boca para falar novamente, sinto um estalo em minha bochecha e meu rosto vira para o lado oposto.

De novo!

— Abre isso, quero sair. — Ela esbraveja batendo na porta do carro.

Massageio a parte que ela bateu e faço uma careta, ela tem a mão passada hein.

— Quanto quer? É só me falar. Preciso de você por uma noite apenas, e darei o quanto você pedir.

— Acha que sou o que?

— Você trabalha na Lumiere, então... — Selene levanta sua mão para me esbofetear novamente, mas sou mais rápido e intercepto seu braço no ar.

— Não me ofenda. Nenhum homem naquele lugar já tocou em mim da maneira que está insinuando. — Ela diz entredentes, eu pisco, nunca havia visto esse lado dela, parece um anjo bravo.

E a informação que acaba de me dar me faz sorrir.

— Nenhum homem naquele lugar te tocou? — Ela franze o cenho e puxa seu braço.

— Já falei para abrir a porta!

— Só abro quando me falar quanto quer.

— Eu não estou a venda. — Ela diz aquilo com tanta convicção que quase acredito. Mas todo mundo tem um preço. Já conheci várias mulheres que diziam o mesmo, no final foram para minha cama, sem que eu sequer tivesse que pagar alguma coisa.

— dez mil? Vinte? Pode falar.

— Você é mesmo um idiota filho da mãe! E isso é sequestro.

— Você entrou no carro por vontade própria.

— Parecia que você ia matar todo mundo ali se eu não entrasse na droga do carro, queria que eu fizesse o que?

— Me fale um preço. — Selene respira fundo.

— Lúcio eu juro que vou contar tudo para Analu se não me deixar sair. — Pisco, se Ana Lúcia souber disso vai ser o fim, ela e Marina vão ficar no meu pé.

— Posso pelo menos te deixar em casa?

— Não. Só me deixa sair daqui.

A contragosto mando o motorista destrancar o carro. Selene não hesita em saltar para fora do veículo. Mas antes que ela se afaste, pego em seu pulso a fazendo olhar para mim.

— Você ainda vai ser minha.

— Só em sonhos. — Selene puxa seu pulso do meu aperto e vai embora sem olhar para trás.

— Você vai ser minha... — Digo a mim mesmo.

— Hermines, manda alguém seguir ela. — Ordeno ao motorista enquanto vejo sua silhueta pequena se perder de vista.

Ela ainda vai implorar por mim.

•••

Uma semana depois...

— Os negócios estão melhores do que nunca, é impressionante! — Um dos membros do conselho diz.

Estávamos em uma reunião para podermos ver o progresso dessa semana.

— É, realmente!

— Não exagerem, sou capo à uma semana só. — Declaro.

— Sim, sabemos disso, mas com você em frente de tudo realmente, as coisas estão melhores ainda! Se isso aconteceu em uma semana, imagina o que podemos fazer em um ano? — Um dos membros comenta e os outros concordam.

— Vamos continuar assim. — Afirmo.
Quando ameaço me levantar, um deles me chama.

— Ah...capo, gostaríamos de tratar um assunto com o senhor. — Ele diz, eu assinto deixando espaço para que fale.

— É sobre o assunto casamento. — Arqueio uma sobrancelha.

— Não nos leve a mal, mas é importante que o capo seja casado.

— Importante para quem? — Pergunto.

— Imagine um capo sem esposa e sem uma família, isso nos leva a pensar que se ele não consegue nem arranjar uma esposa, como será capaz de gerir uma máfia inteira?

— Mas como vê, ainda não sou casado, mas já temos resultados ótimos.

— Sim... — Ele tosse. — ...entendo, mas o casamento não está fora de questão.

Todos me olham inquisidores, eles não vão desistir disso e são capazes de fazer complô para me tirar daqui.

Quando suavizo minha expressão eles percebem.

— Eu tenho uma sugestão. — Quem diz é Guilhermo Barone. — Minha filha Luce, ela foi preparada para isso e sabe tudo que uma mulher da máfia precisa saber.

— Acho uma boa opção, a senhorita Luce é uma pessoa encantadora. — Diz outro.

— Quantos anos ela tem? — Pergunto.

— vinte e dois. — Assinto.

Dito isso me levanto e saí-o da sala os deixando. Essa história de casamento está me deixando nos nervos, juntamente com Selene e sua rebeldia, eu ainda domarei aquele anjo.

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