🇮🇹 Sicília, Itália 🇮🇹
Um mês depois...
Era uma tarde dourada de primavera. A luz do sol filtrava-se pelas cortinas brancas do quarto, desenhando sombras suaves sobre o chão de mármore.
Eu estava sentada à beira da cama, observando o jardim pela janela aberta, com os sons distantes dos pássaros preenchendo o ar.
Celine e Max estavam dormindo tranquilamente no berço ao meu lado. O silêncio deles era quase como um milagre, considerando como as últimas semanas tinham sido caóticas desde o nascimento deles.
A maternidade tinha me mudado de formas que eu ainda não conseguia compreender completamente.
Quando os olhava, duas pequenas vidas que dependiam de mim para tudo, parecia impossível conceber a ideia de fazer algo que pudesse ameaçar o futuro deles. O ódio que antes consumia meu coração havia se tornado um fardo pesado demais para carregar, especialmente depois de ter visto a expressão no rosto de Lúcio quando ele os segurou pela primeira vez.
Ainda assim, havia um peso em meu peito. Eu sabia que a hora de contar a verdade estava chegando. Não podia continuar vivendo sob o mesmo teto com Lúcio, compartilhando momentos de uma felicidade recém-descoberta, sem que ele soubesse o que eu havia planejado.
Cada vez que nossos olhares se encontravam e Lúcio sorria para mim com uma leveza que eu nunca vi, sentia o remorso apertar, como um nó que eu não conseguia desfazer.
Lúcio estava no escritório, o mesmo lugar que eu já havia o visto tantas vezes, imerso em suas preocupações, como se o peso do mundo repousasse sobre seus ombros.
Nos últimos dias, ele parecia diferente, mais presente, mais atento.
Havia uma suavidade em seus gestos, uma ternura em sua voz que eu não conhecia antes.
Eu precisava contar a ele.
Levantei-me lentamente, certificando-me de que os gêmeos continuavam a dormir pacificamente. Caminhei pelo corredor da mansão até o escritório, onde o som da caneta riscando o papel me guiou até a porta entreaberta. Eu parei por um momento, respirando fundo. Minhas mãos estavam trêmulas, mas não podia mais adiar isso.
— Amor? — Chamei suavemente, empurrando a porta.
Ele ergueu os olhos do papel e me olhou com aquele misto de surpresa e carinho que sempre fazia meu coração acelerar.
— Meu anjo... está tudo bem? Os gêmeos...?
— Estão bem. Dormindo. Eu... — Hesitei, tentando encontrar as palavras certas.
— Precisamos conversar.
Lúcio franziu a testa, claramente preocupado. Ele se levantou da cadeira, caminhando até mim com passos firmes, mas cautelosos, como se sentisse que o que estava por vir poderia mudar tudo.
— Claro. — Ele puxou uma cadeira próxima para mim, mas eu preferi ficar de pé.
— O que aconteceu?
Respirei fundo, sentindo a garganta seca. Era agora ou nunca.
— Eu preciso te contar algo que venho carregando comigo desde que voltei da França — Comecei, evitando seus olhos por um momento.
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Nas mãos do Mafioso
RomanceSelene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...