Selene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...
— Aí amiga, eu trouxe muitas coisas pra você, então melhor descermos para jantar e no fim eu separo tudo. — Eu apenas assinto.
Analu me puxa pela casa novamente e dessa vez quando chegamos à sala, há uma mulher mais velha e um homem mais velho parados ali, juntamente com aquele homem. O tal Lúcio.
O casal mais velho sorri quando nos veem descendo as escadas e eu fico envergonhada por receber tanta atenção.
Quando terminamos de descer os degraus da escada, o casal se aproxima de nós.
— Papai, mamãe, essa é a Selene, Selene Coppolo. Minha melhor amiga. — Eu sorrio.
— Muito prazer em te conhecer Selene! — A mulher mais velha diz, eu estendo a mão para que ela aperte, mas ela me puxa para um abraço. Essa mulher é amorosa demais.
O mesmo acontece com o homem mais velho, ele me puxa para um abraço e se apresenta. Senhora Júlia e senhor Fillipo Caccini.
Lúcio continua especado aonde está e enquanto conversamos um pouco, ele nos vira as costas e segue por algum lugar da mansão.
Minutos depois uma empregada vem avisar que o jantar está pronto e nos dirige até a sala de jantar, que também é um colírio!
Nos sentamos à mesa, os pratos são servidos e se inicia uma conversa.
— Selene, Analu comentou que você está fazendo faculdade, do que é? — Senhora Júlia pergunta.
— É de enfermagem, senhora.
— Senhora está no céu, Selene, pode me chamar só de Júlia. — Eu assinto concordando, a senh...quer dizer a Júlia é muito simpática!
— Selene é muito talentosa e ama ajudar os outros, e eu acho que não poderia ter escolhido curso melhor. — Analu diz sorrindo orgulhosa. Eu fico envergonhada e abaixo levemente a cabeça.
Quando eu ia responder, uma das cadeiras da mesa é puxada fazendo barulho. É Lúcio. Ele se senta e não fala nada. Apenas começa a comer do seu prato.
Eu desvio o olhar o voltando para o senhor e senhora Caccini.
De certa forma me sinto desconfortável em estar sentada na mesma mesa que este homem. A memória daquele dia me vêm à mente. O jeito que seus olhos me encararam, posso ser inexperiente, mas sei distinguir um olhar de desejo quando vejo, por isso fiquei tão desesperada em sair daquela suíte.
Levo minha taça de água até a boca e bebo um pouco.
— Ficou calada de repente, Selene, algum problema? Há algo que não esteja do seu agrado? — Senhor Fillipo pergunta. Eu pisco, todos na mesa atentos à mim, até Lúcio. Devo ter ficado com cara de bunda enquanto pensava.
— Ah não, não é nada. — Asseguro. Ele assente e volta a cortar o bife em seu prato.
Nosso jantar é feito de muita conversa e risadas. Menos da parte de Lúcio, ele fica serio o tempo todo, em alguns momentos o peguei me encarando, mas também logo desviei o olhar atenta a conversa divertida com Júlia, Fillipo e Analu.
A sobremesa nos é servida, eu já estava um balão de tão cheia, mas não recusei. Principalmente quando vi o gelato, era um pétit gateau!
E estava divino! Está tão bom que até deixo escapar um gemido entre meus lábios sem me aperceber.
— Você gostou mesmo! — Analu comenta rindo. Eu sorrio e volto a dar uma colherada na sobremesa.
— Agora já sabemos o que preparar para quando você vier outras vezes. — Júlia comenta. Eu abano a cabeça positivamente sorrindo e eles riem.
A sobremesa infelizmente acaba. Júlia nos leva para a sala de estar e nos serve com taças de vinho. Eu recuso, não bebo.
— Devo mandar preparar um dos quartos de visitas ou você vai dormir no quarto da Analu? — Eu olho imediatamente para Analu que dá de ombros.
— Ah não, Júlia, eu não irei ficar para dormir. — Júlia faz uma cara triste.
Se fosse em outra situação eu aceitaria dormir aqui, principalmente se aquele homem não estivesse na mesma casa. Apesar de ele ter sumido no momento que acabamos de comer a sobremesa, ainda me sinto meio desconfortável.
— Vai Lene! Vai ser divertido. Noite das garotas? — A cara que Analu faz é irresistível.
— Tudo bem! — Eu cedo. — Eu fico.
— Ebaaa! — Analu grita animada, quase parece uma criança.
Júlia também está sorrindo.
— Ela vai ficar no meu quarto. — Analu me puxa e me dá um beijo na bochecha.
— Noite das garotas. — Ela diz novamente animada.
Vai ser uma noite em tanto! Mas é só eu não sair do quarto de Analu e tudo ficará bem.
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