70.Selene

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🇮🇹 Sicília, Itália 🇮🇹

Olho para aqueles grandes olhos azuis e sinto algo me preencher. Estou amamentando Max, com ajuda da enfermeira.

Lúcio está ninando Celine na cadeira de balanço.

Nunca achei que veria esse homem ser tão delicado fazendo alguma coisa. Ele sussurra algumas coisas e sorri para Celine. Acabo sorrindo também.

— Você esbranquiçou meus filhos. — Comento me fingindo de indignada.

Lúcio ri e vem até mim para trocarmos os bebês.

— Não tenho culpa. — Eu reviro os olhos com um sorrisinho nos lábios e recebo Celine nos braços.

A enfermeira mostra para Lúcio como colocar Max para arrotar.

Celine pisca para mim e eu sorrio. Faço o que a enfermeira me ensinou e Celine pega o peito com uma pequena dificuldade. No início dói mas depois tudo em que penso é em alimentar meus filhos.

— Você infectou a casa com sua branquisse. — Digo para ele.

Celine e Max, não têm nem um pingo de melanina na pele. Fiquei indignada, carreguei eles por oito meses e eles me fazem isso?

— Eles têm cabelinhos cacheados, é uma vitória para você. — Ele diz em tom brincalhão.

— É cacheado, não crespo, assim não vale. — Lúcio ri e no fim solta um sorriso que acaba me fazendo sorrir também.

Max finalmente arrota e Lúcio o nina como fazia com Celine minutos atrás.

A enfermeira já abandonou o quarto e avisou que se precisássemos era só chamar.

De repente ficamos em silêncio, ainda havia muito a ser conversado. A tensão ainda estava ali, nós os dois apenas nos olhávamos tentando ignorar o que estava no ar.

Mesmo quando toda a família veio me visitar, me parabenizando e conferindo se estava tudo bem, nós os dois apenas nos olhamos fingindo que nada aconteceu.

O único som que se ouvia no quarto agora era de Celine chupando meu peito.

— Selene, eu... — Lúcio é interrompido por uma batida na porta.

Era a médica.

— Me desculpem interromper. Só vim avisar que daqui à três dias a senhora e os bebês poderão ir embora. — Abro a boca para reclamar mas Lúcio é mais rápido.

— Muito obrigado, doutora. — O olho e ele espera que ela saía do quarto para continuar.

— Acha que é seguro ficarmos aqui? — Pergunto antes que ele fale.

É um hospital privado e tudo, mas toda a Itália já deve saber da chegada dos novos membros da família Caccini, afinal, não somos só famosos dentro da máfia, mas fora dela também. E temos muito inimigos. Eu ainda não sei como Frederic reagiu a minha desistência, ainda é estranho que ele não tenha feito nada.

— Não vos deixaria aqui se não fosse. — Sinto a segurança em seus olhos e assinto com um suspiro.

Celine larga o peito e eu a coloco para arrotar.

Nas mãos do Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora