7.Lúcio

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🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

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🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

— Hoje vamos à Lumiere não é? — Luca pergunta enquanto caminhamos para o fim do corredor onde fica meu escritório.

Depois do almoço com meus pais, tivemos que ir embora. Na verdade eu precisava tratar de algumas pendências e Luca veio junto.

— Sim, Luigi e Marina irão nos mostrar tudo. — Eu respondo enquanto desabotoo os botões no fim das mangas da minha camisa.

— Vou pedir para Marina me enviar os dados.

— Descansa, Luca. — Digo quando chego a porta do meu escritório.

— Você não precisa de ajuda? — Ele pergunta.

— Não. — Giro a maçaneta.

— Mas... — Entro e fecho a porta o deixando para trás.

Luca precisa de uma vida pra se preocupar. Sua vida não pode girar só em torno de ser Consigliere.

Me sento na minha mesa e olho a pilha de papéis que Marina preparou para mim antes da minha chegada, ela foi eficiente – que Luca não ouça isso – tem papelada aqui para me ocupar até a hora de ir para a Lumiere.

E é com isso que me ocupo o dia inteiro, revisar cada um daqueles papéis.

E é com isso que me ocupo o dia inteiro, revisar cada um daqueles papéis

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— Tá um galã hein. — Luigi assobia quando me vê. Eu apenas arqueio a sobrancelha.

— Parece que te dei muita confiança não é? — Entro no carro e fecho a porta.

— Ah sempre nos amamos, fazer o que? — Eu reviro os olhos enquanto o bastardo ri.

São dez da noite, o horário perfeito para passar desapercebido. Não que eu me importe com isso, todos sabem quem eu sou e me respeitam. A família Caccini é conhecida em toda Itália, somos os donos do grande hospital Caccini, hotéis, apartamentos e outras coisas mais. A maioria deles são usados para lavagem de dinheiro, mas isso ninguém precisa saber.

Luigi não para de tagarelar. Mas eu não presto atenção, apenas olho para o caminho. Queria que Luca estivesse aqui para suportar o irmão dele. Mas eu mesmo o dispensei!

Respiro aliviado quando ele estaciona.

O letreiro vermelho parece brilhar mais assim que descemos do carro parecendo nos convidando para entrar.

Luigi nos dirige para uma porta que só nós sabemos da existência.

— Lúcio, amico!(amigo!) — Marina vem em minha direção exibindo seu sorriso. Ela é linda, já teria ido para minha cama se ela e Luigi não fossem loucos um pelo outro.

— Marina. — Ela beija minhas bochechas, Luigi é ignorado, eu quase rio de sua cara. Marina não é barra leve não.

— Hoje teremos quatro apresentações, espero que fique até o fim, Lúcio. — Marina parece animada.

— A Saturn vai se apresentar. — Luigi diz como se estivesse explicando a animação de Marina.

— Quem é a Saturn? — Pergunto.

— Um apelido carinhoso que Luigi deu para uma de nossas dançarinas e ela usa ele para se apresentar. — Eu assinto.

Marina começa a nos mostrar os compartimentos da boate enquanto as apresentações não começam.

Além dos dados que ela me enviou, o aspecto da boate me agrada, sempre prezamos pelo melhor, somos da máfia, não ratos sujos.

— Bom agora que eu mostrei tudo, está na hora de assistir as apresentações. — Nós seguimos Marina até o salão da boate que já estava bastante cheio, vários homens bebendo e sendo seduzidos por nossas prostitutas.

— Podemos ir para a suíte VIP. — Marina diz quando vê que parei de andar.

— Não precisa, quero ficar aqui. — Eles assentem.

A primeira apresentação começa, Marina diz que a mulher dançando no pole é Bianca, claramente é um nome fictício.

Ela até que dança bem. Fez várias notas serem lançadas.

Quando a segunda apresentação começa, peço uma bebida, estava ficando aborrecido.

Tomo tudo em um gole e peço mais um uísque, que logo me é servido.

Quando dou o primeiro gole no meu copo, as luzes mudam ficando em uma tonalidade mais forte e intensa de vermelho.

— Saturn vai entrar. — Luigi diz parecendo um pai orgulhoso. Vai saber né, cada um com sua loucura.

Desvio meu olhar de Luigi a tempo de ver a tal Saturn subir ao palco.

Seus passos são confiantes e de certa forma, parece que ela seduz mesmo sem ainda ter começado a dançar.

Ela anda lentamente ao redor do pole de olhos fechados, fico incomodado com isso. Mas a mulher não abre os olhos, continua se movendo agilmente, fazendo notas de dinheiro saltarem ao seu encontro. A música continua e tenho quase certeza de que ela é parte da música, do jeito que sem mexe, o jeito que seus caracóis se movem como se fossem íntimos com a música.

Fico fissurado nela, quero que abra os olhos, quero os encarar.

E ela os abre, mas no fim da apresentação. Não deixo de olhar para ela. O público bate palmas e lança mais uma cortina de notas.

Bebo do meu copo que havia sido completamente esquecido. A mulher saí do palco enquanto é aplaudida.

— Quero aquela mulher na suíte VIP. — Digo para Marina e vou rumo a suíte sem ouvir sua resposta.

 — Digo para Marina e vou rumo a suíte sem ouvir sua resposta

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