40.Lúcio

23.5K 1.4K 180
                                    

🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

— CHAMA A PORRA DO MÉDICO. — Grito para um dos soldados.

Carrego Selene até um dos quartos.

Sua palidez me assusta.

— Você nem pense em morrer, Selene. — Ameaço-a mesmo não podendo me ouvir.

Selene não pode me deixar.

Passam-se alguns minutos até que o médico de confiança da máfia chega.
Ele olha horrorizado para Selene, mas disfarça e começa a examina-lá.

Tenho que me conter para não o socar por estar tocando minha mulher.

— Vou ter que recolher amostras de sangue para fazer um exame mais profundo. — Ele anuncia eu assinto.

— Por agora vou só deixá-la no soro, ela desmaiou por susto e suas costas... — Ele não termina a frase por causa do olhar que lhe lanço.

— Vamos fazer curativos. — Engole em seco.

Em todo momento que ele faz os curativos e coloca Selene no soro, fico no quarto parado observando tudo.

O médico tira algumas amostras de sangue e diz que amanhã estará aqui com os resultados.

Selene continua dormindo e eu bufo passando as mãos pelo cabelo.

Fiquei preocupado, pela porra da primeira vez fiquei preocupado. E puto por ter sido eu mesmo quem causou tudo isso.

•••
Selene Coppolo

Meus olhos estão tão pesados que quando tento os abrir, uma dor bem no meio da testa me atinge.
Respiro fundo de forma dolorida e os abro completamente, minha visão está embaçada em primeiro momento mas logo se resolve quando pestanejo seguidas vezes.

Me encontro em um quarto, estou sozinha e logo as lembranças vêm com tudo. Começo a chorar.

Me levanto bruscamente e sinto uma dorzinha no dorso da mão, é um cateter, o tiro imediatamente sentindo a dor aumentar mas ignoro e desço da cama.

Estou com um vestido largo e leve, mas não deixo de sentir minhas costas. Estão doloridas.

Estou tão assustada, respiro fundo e começo a caminhar para fora do quarto, mas dou passos para trás quando a porta é aberta e Lúcio passa por ela. Meu coração acelera e quase fico sem ar.

Tropeço em meus próprios pés e caí-o de bunda quase batendo a cabeça na beirada da cama.

— Senhora! — Um outro homem ao qual eu não havia notado vêm até mim, me ajuda a levantar e a sentar na cama. Eu o olho em pânico.

— Solte-a! — Lúcio diz imponente e intimidante como sempre. O homem me olha com compreensão e se afasta.

Lúcio se senta em uma poltrona no quarto e o homem em uma cadeira um pouco distante da cama.

— A senhora tirou o cateter! — Ele parece alarmado e se aproxima novamente colocando-o no lugar.

Olho para cima e vejo gota à gota do soro cair.

Acho que esse homem é um médico.

Desperto dos meus pensamentos quando o mesmo limpa a garganta e abre a maleta que portava consigo.

Olho para os meus pés que mal tocam o chão. Sinto que vou chorar e não quero Lúcio gritando comigo.

— Bom, senhora Caccini, — O médico começa e eu levanto meus olhos para ele. — a senhora ficou desacordada por uma semana! — Eu arregalo os olhos.

Por isso a dor não é tão forte, minhas costas tiveram tempo de curarem-se um pouco.

— O senhor Caccini pediu para que trouxesse os resultados de exame de sangue novamente assim que a senhora acordasse. — Ele me estende duas folhas. Com a mão trêmula as pego.

Mal consigo entender nada, mas olho para algo no fim da folha em negrito: líquido Beta HCG presente.

— O...o que significa isso? — Pergunto sem entender. Minha garganta raspa com o ato.

— Ah, me desculpe. — Ele limpa a garganta antes de colocar um sorriso no rosto e dizer: — A senhora está grávida.
____________________

Nas mãos do Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora