48.Selene

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🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

— Aí meu Deus, é cada um mais lindo que o outro! — Digo olhando os bodys de bebê.

Estamos no shopping há bastante tempo e compramos algumas coisas, quase fiz o enxoval todo, o problema é que com essas duas, não tem como se segurar. Marina é a mais calma entre ela e Analu.

— Leva esse! — Analu aparece com um boby branco escrito 'sou o neném da tia' eu gargalho alto, a maioria das roupinhas que ela sugeriu, tem coisas relacionadas com 'sou todo da tia', 'sou a garota da titia' e 'titia ama, titia cuida'.

Peguei o body de suas mãos e sorri o colocando no cestinho.

— Vou ver naquele corredor ali. — Analu assente distraidamente enquanto olha mais roupinhas, Marina está entredita vendo sapatinhos.

Me afasto delas e entro em um corredor com conjuntinhos, todos fofos. Meu coração quase não aguenta.

— Foco, Selene, foco. — Respiro fundo e passo pelos conjuntinhos cor de rosa e azuis. Vou diretamente para os brancos.

— Cada um mais lindo que o outro, oh céus! — Pego um dos conjuntinhos com ursos desenhados e sorrio.

— Pega esse e esse. — Olho para o lado e uma mão está estendida para mim segurando um conjuntinho igualmente branco com balões bordados à linha.

Pisco, a respiração cessando por um momento quando olho quem é.

— Lúcio..? — Digo me virando para ele.

— Vim às compras com você. — Ele diz simples, um sorriso enfeitando seu rosto.

— Você não veio comigo. — Digo com diversão e surpreendo-me quando ele gargalha, alto e leve.

— Mas vim assim que soube que você estava aqui. — Ele deposita suas mãos em meus quadris e se inclina colando nossos lábios de leve.

— Os seus soldados te contaram. — Chego à conclusão. Lúcio aperta minha bunda e me solta.

— Você anda esperta. — Ele volta a olhar mais conjuntinhos. Eu rio e coloco o conjuntinho que havia gostado e o que ele sugeriu no cesto.

— Me dê. — Ele aponta para o cesto e eu entrego.

— Quer levar mais coisas? — Nego com a cabeça.

— Acho que é muito cedo ainda, vou levar umas quatro roupinhas só e o resto vemos lá para o quinto ou sexto mês. — Ele assente e segue para fora do corredor.

— Não sei se aquelas duas vão estar de acordo com isso. — Olho para onde ele aponta e vejo Analu com mais de cinco bodys nas mãos e Marina fazendo o atendente procurar o par do sapatinho que ela segura na mão.

— Você consegue colocar ordem nisso. — Digo.

— Elas não vão me ouvir. — Ouvir ele, com a voz grossa dele e a postura dele falar isso me faz gargalhar. Lúcio me olha sem entender e as duas param de fazer o que estavam fazendo e olham para nós.

— Olha isso. — Elas dizem ao mesmo tempo e eu arregalo os olhos.

— Vamos levar só algumas roupinhas. — Digo vendo elas murcharem. — E esse sapatinho, Mari. — Marina sorri.

— Tem mais coisas, Lene.

— É, exatamente, você pode levar mais sapatinhos.

— Vocês duas, deixem minha esposa em paz. — Lúcio diz, Analu revira os olhos. Mas resulta porquê as duas desistem de tentar me convencer a levar mais coisas e nós vamos pagar.

— No dia do enxoval você não escapa. — Analu diz me dando um beijo na bochecha.

— Não quero nem imaginar. — Digo. Nós rimos e nos despedimos.

— Temos uma consulta semana que vem. — Lúcio avisa quando estamos dentro do carro. Eu assinto olhando distraidamente a rua pelo vidro.

— Obrigada pelo cartão. — Digo.
Lúcio assente me olhando de esguia.

— Faria isso e muito mais por você, meu anjo, é só pedir. — Suspiro pesado. Lúcio já me machucou tanto! E vê-lo agindo assim é estranho.

— Lúcio, por favor... — Peço.

— Agora vamos ter filhos, não um, mas dois.

— Eu sei disso.

— Eu sei que sabe. — Ele diz.

— Então o que quer que façamos? — Pergunto eu um pouco confusa com esta conversa, era mais fácil quando Lúcio era emocionalmente inacessível.

— Quero que a gente tente, dessa vez de verdade. Não vou mentir pra você e dizer que não serei um obsessivo e ciumento ou que vou deixar você ir, porquê estaria mentindo. — Lúcio fala tudo isso normalmente e olhando para a estrada.

— Tudo isso começou errado e você sabe.

— Foi errado me apaixonar no momento em que te vi? Eu estava possesso queria encontrar a garota que me deu um tapa, tudo isso para descobrir que seria minha perdição.

— Não fale de nós como se fôssemos uma história de amor. — Ele para o carro no sinal e agora tenho toda sua atenção.

— Não somos, Selene e nunca seremos. — Seus olhos me investigam de forma intensa.

— Ainda bem que reconhece isso. — Minha respiração vai se encurtando pouco à pouco. Nunca imaginei ter essa conversa com Lúcio.

— Reconheço e quero que seja tudo diferente porquê agora não somos só nós na equação... — Ele deixa a frase solta.

— Temos as crianças... — E eu termino-a.

Respiro fundo, agora temos as crianças, definitivamente estou presa à Lúcio, sem chance de fuga. Sei que se eu sequer pensar em ir embora com elas, Lúcio me mata.

— Falando em crianças, acho que preciso te contar muitas coisas

O que será que a Selene vai contar?👀Meta de votos para o próximo capítulo: 15 votos!!

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