🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹
Congelo no lugar em estou. Não posso acreditar em meus olhos.
— O que faz aqui? — Pergunto apertando minha bolsa. Qualquer coisa eu bato nele com ela.
— A melhor pergunta séria, o que você, faz aqui? — Ele coloca as mãos nos bolsos da calça social preta e me olha do topo da escada.
Por algum motivo não consigo formular uma resposta mal criada. Engulo em seco. Quando me viro para ir embora, ouço alguém me chamar.
— Lene? — Me viro imediatamente. Analu desce correndo a escada e vêm até mim. Ela embate contra mim e eu imediatamente envolvo meus braços ao seu redor. Senti tanta falta disso. Olho de relance para a escada mas ele já não está mais ali.
— Me desculpa mesmo, não queria te deixar sozinha, mas estava finalizando meu cabelo. — Eu assinto e observo o cabelo dela, está enorme, por isso ela demorou. — Você está linda! — Ela me olha e sorri batendo palmas.
Eu não lhe respondo apenas sorrio, no momento não estou me sentindo linda, parece que meu vestido já não é meu e meu cabelo está a pior coisa do mundo. Mesmo sabendo que fiquei vários minutos me encarando no espelho para me certificar que estaria apresentável hoje.
Sempre que estou ao lado de Analu me sinto assim, na verdade ao lado que qualquer garota branca padrão. Não falo isso alto, não me atrevo. A última vez que fiz, Analu quase me bateu e marcou um psicólogo para mim, o qual só fiz uma sessão e pedi para que devolvesse o dinheiro dela assim que ela embargou para a Espanha.
Acho que o facto de estar em uma mansão super chique contribui para isso, de repente me sinto estranha em meu próprio corpo.
— Olha esse cabelo! E esse vestido! Meu Deus! Está mais gostosa que desde a última vez. — Eu rio envergonhada. Analu tem a tendência de exagerar com as coisas.
— Seu cabelo está enorme. — Ela observa tocando os caracóis. Eles estão na altura da cintura agora. Uma das únicas coisas boas que herdei da minha mãe é a genética boa com cabelo.
— Foi uma luta para ele mostrar crescimento. Sabe como o cabelo crespo é. — Analu assente. Ela me pega pela mão e me puxa.
— Falando em cabelo, trouxe vários produtos para você. Sei o quanto é louca por essas coisas. — Eu sorrio deixando ela me guiar escada acima.
Analu faz um tour pelo andar de cima e aqui só ficam os quartos da casa, no terceiro andar tem a academia e as salas de música e várias outras coisas desnecessárias que ricos tem em suas mansões.
— Como conseguiu passar com isso pelo aeroporto? — Pergunto quando ela me dá uma mala média recheada de produtos.
— Jatinho particular. — Ela pisca.
Claro que tinha que ter um jatinho particular.
— Vem cá, Analu, quem era aquele homem na escada? — Pergunto meio não querendo nada. Um dos produtos de cabelo está em minhas mãos e eu finjo prestar atenção nas instruções de uso.
— Ah o Lúcio. — Ela diz tirando mais coisas de uma outra mala e colocando na mala que ela me deu. — Meu irmão. Aquele de quem te falei.
— Seu irmão!? — Quase grito. — O frio que não tem amor por ninguém? — Saí no automático. Eu rapidamente tapo minha boca.
Analu ri.
— Esse mesmo. — Ela diz.
Então quer dizer que eu dei um tapa no irmão da minha melhor amiga! E ele tentou transar comigo!
Eu tenho que contar isso para Analu, mas não agora e tenho a certeza que ela vai rir da minha cara.
— Ele foi desagradável de algum jeito? — Ela pergunta prestando toda atenção em mim.
Eu abano negativamente a cabeça.
Ela assente e volta a tirar mais coisas.
— Analu vêm cá, com quantas malas você veio? — Pergunto ao ver a quantidade de coisas que ela está me dando.
— Comprei coisas para cada pessoa e uma mala para cada também. — Eu pisco incrédula.
— Vê se esse vestido te serve, eu não contava que você teria um bundão maior ainda de quando te vi pela última vez. — Analu literalmente olha meu bumbum parecendo o analisar. Eu rio. Pego a peça vermelha de suas mãos e a estico em frente de mim.
Abro a boca e olho para Analu.
— Onde acha que vou usar isso? — Pergunta dobrando a peça novamente.
— Vai ter uma ocasião, e pior agora que estou aqui, não vou deixar você nem respirar. — Ela pisca e volta a mexer na mala maior.
Eu desdobro o vestido e o olho. É uma peça muito demais para mim. Tem um decote profundo em 'V' e as costas são completamente nuas, apenas tem as fitas vermelhas que servem para ajustar o vestido. E é super curto, acho que chega no meio da coxa. Nunca usaria uma coisa dessas.
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Nas mãos do Mafioso
RomanceSelene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...