Nas mãos do Mafioso

43.Selene

🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

— Sério!? — Júlia é a primeira a soltar, surpresa e feliz. Ela vem ao meu encontro e me abraça apertado depositando um beijo em minha bochecha.

— Ah meu Deus! Estou tão feliz. — Sorrio para ela, sua animação me contagiando.

Os outros também vêm nos felicitar e sinto algo dentro de mim... o jeito que todos ficaram felizes! Eu nunca havia recebido tanto carinho em minha vida.

— Dois netos! — Fillipo diz extasiado.
Lágrimas brotam nos meus olhos, estou com tanto medo, mas ao mesmo tempo fico feliz ao ver a felicidade deles.

Pelo menos essas crianças vão ser amadas, com toda certeza.

— Você era o que faltava nessa família, Lene. — Minha sogra diz e eu sorrio com lágrimas nos olhos. Ela havia me chamado pelo apelido, fiquei tão tímida e com um misto de sentimentos.

— Ah ela vai chorar! — Analu disse vindo em minha direção, ela me abraça e sussurra para que apenas eu possa ouvir.

— Vai ficar tudo bem, Lene, eu prometo. — E deposita um beijo na lateral da minha cabeça.

Após as emoções, voltamos à comer e enfim chega a hora da sobremesa, preparei um musse de maracujá.

— Isso está divino, quem fez, Angélica? — Minha sogra pergunta.

— Todo nosso jantar foi minha adorada esposa quem fez. — Lúcio sobrepõe sua mão à minha e a acaricia, eu levanto os olhos para ele que sorri para mim, engulo em seco, Lúcio anda estranho.

— Você tem mãos de fada, querida. — Fillipo diz levando mais uma colherada do musse à boca. Eu sorrio.

— Onde aprendeu a fazer? — Quem pergunta é Luigi, sua taça já está vazia e ele tenta roubar de Luca que lhe faz cara feia.

— Hmm... — Penso no que irei responder e opto pela verdade. — Eu tinha uma vizinha que fazia doces, as vezes eu ficava com a filha dela de babá e ela me ensinava uma coisa ou outra. — Só vamos deixar de fora a parte em que eu fazia tudo isso escondido da minha mãe e quando ela descobriu, me deu uma surra.

Ele assente.

— Vou pegar mais um pra você parar de atazanar Luca. — Digo me levantando.

— Obrigado, Selene, você é um anjo. — Eu rio com o agradecimento exagero de Luca por finalmente ficar livre de Luigi.

Vou até a cozinha e pego na geladeira mais uma taça com musse.
Quando estou voltando, ouço meu nome na conversa e paro no batente da cozinha.

— Lúcio, você teve muita sorte, uma mulher dessas não se acha em qualquer lugar. E não estou falando dos dotes culinários dela, Lene irradia luz. — Quem comenta é minha sogra. Claro que não se apanha em qualquer lugar, o filho deles me sequestrou! Me escolheu a dedo.

— Eh, sua mãe tem razão, filho. — Meu sogro concorda.

— Tirei a sorte grande com Selene. — Ele é tão sortudo, muito mesmo, uau.

— Então trate de cuidar muito bem dela e dos filhos de vocês. — Meu sogro é quem diz.

— Eu vou cuidar. — Espero para ouvir se falarão mais alguma coisa, quando não o fazem, finjo que estou voltando da cozinha naquele exato momento.