68. Lúcio

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🇮🇹 Sicília, Itália 🇮🇹

— Qual é a sua decisão final, Lúcio? Vai me deixar ir embora? — A pergunta dela ecoou no ambiente, e eu sabia que esse momento era crucial.

A tensão na sala era palpável.

Selene estava diante de mim, a pergunta dela ainda ecoando no ar. Eu estava completamente absorvido pela gravidade da decisão que estava prestes a tomar, lutando para equilibrar meus sentimentos com a justiça e o que eu acreditava ser certo.

— Meu anjo. — Comecei.

Mas antes que eu pudesse articular o que viria a seguir, uma mudança abrupta ocorreu.

Selene começou a se contorcer, e eu percebi que algo estava errado. Seus olhos se fecharam por um momento, e um som de dor escapuliu de seus lábios. Eu me levantei rapidamente, o coração acelerando com a súbita percepção de que o que estava acontecendo era muito mais do que apenas uma crise emocional.

— Meu anjo? — Minha voz saiu com uma urgência que eu não sabia que possuía.

Ela abriu os olhos, e eu vi um medo crescente neles.

— Lúcio... — Sua voz estava carregada de dor e desespero, e eu percebi que algo sério estava acontecendo.

— O que está acontecendo? — Eu me aproximei, tentando manter a calma, mas a sensação de pânico começava a tomar conta de mim.

Selene não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela se inclinou para frente, suas mãos pressionando contra o abdômen. O sofrimento era visível em cada linha do seu rosto.

— Os bebês...Eles... — E eu percebi que o que estava acontecendo era algo além do controle de qualquer um de nós. A realização me atingiu como um golpe: Selene estava entrando em trabalho de parto.

— Ainda não é cedo? Estamos no oitavo mês ainda!

Eu sabia que a situação estava se tornando urgente, e que qualquer decisão sobre deixá-la ir ou mantê-la comigo precisava ser colocada em segundo plano. O que importava agora era a saúde dela e a dos nossos filhos.

Selene deu um grito estridente.

— Meu anjo, precisamos de ajuda!— Minha voz era firme, tentando transmitir a urgência da situação. Eu me virei para a porta, e no mesmo instante, o pânico se instalou em mim.

Não era só uma questão de chamar uma equipe médica, mas também de lidar com a situação emocionalmente carregada que estávamos enfrentando.

Eu a ajudei a se acomodar na cadeira mais próxima, tentando fazer com que ela estivesse confortável.

— Vamos precisar de um médico imediatamente. Por favor, aguente firme. — Minha voz estava carregada de preocupação.

Os minutos pareceram se arrastar enquanto eu tentava entrar em contato com os serviços de emergência. Minha mente estava acelerada, e eu lutava para manter a clareza em meio à confusão e ao pânico. Selene estava respirando pesadamente, e eu podia ver a dor em seu rosto, mas também o esforço para tentar manter a calma.

Finalmente, os paramédicos chegaram, e eu os conduzi até onde Selene estava. O olhar deles era profissional e experiente, e eu senti um alívio momentâneo ao vê-los assumir o controle da situação. Eles começaram a examinar Selene com cuidado, e eu me afastei um pouco, sentindo uma mistura de ansiedade e impotência.

— Precisamos levá-la para o hospital imediatamente. A situação parece urgente. — O paramédico disse depois de a examinar, sua voz firme e tranquilizadora.

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