50.Selene

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🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Me remexo quando me sinto ser mexida, abro vagamente os olhos vendo Lúcio parado perto da cama com o celular na orelha.

— Como assim roubaram?...Porra, pra que vocês são pagos Marina?...Estou indo pra aí. — Ele parece bravo, mas quando se vira para mim e me vê sonolenta, sorri minimamente e se abaixa depositando um beijo em minha testa.

Os dias têm sido tranquilos, Lúcio me contou muita coisa, principalmente sobre sua infância e começo de adolescência, percebi que nós dois fomos vítimas de mães cruéis. Foi de embrulhar o estômago. Mas também pude enxergar um Lúcio que nunca havia visto, vi tanta dor nos seus olhos e parece que sentia tudo que ele sentia.

Confesso que fiquei com lágrimas nos olhos e o abracei apertado garantindo que tudo estava bem agora e que faríamos diferente agora com nossos filhos, tínhamos essa oportunidade e não a iríamos desperdiçar.

Eu não ia deixar.

— São três da manhã, volte a dormir. — Eu assinto quando Lúcio deposita um beijo em minha testa.

Volto a dormir rapidinho e só acordo as oito, com um aroma divino envolvendo a casa, tomo um banho às pressas ansiosa para descer e saber o que Angélica cozinhava.

— Bom dia! — Disse eu animada. Angélica sorriu para mim.

— Bom dia, senhora Caccini. — Ela disse, percebo a troca que ela fez, talvez Lúcio a tenha repreendido por me chamar pelo primeiro nome, mas não digo nada.

— Bolo de laranja? — Eu assinto freneticamente fazendo ela rir.

— Eu sabia que ia gostar. — Me sento em uma das banquetas da ilha enquanto ela deixa a bailarina onde o bolo quentinho estava sobre ela.

Corto uma fatia enquanto ela arruma as outras coisas do café, opto só por um suco e pelo bolo.

— Isso está divino! — Chego a gemer de tanta satisfação.

— Fico feliz que tenha gostado. — Eu assinto abanando os pés.

— Senta aqui comigo e prova um pouco. — Digo. Angélica arregala os olhos.

— Não posso, o senhor Caccini não vai gostar disso.

— Meu marido não está, então trate de se sentar aqui e comer comigo. — Ela dá um sorriso envergonhado.

— Mesmo assim, não posso. — Eu assinto compreendendo.

— Pelo menos corta algumas fatias para levar para casa. — Ela assente e  começa a cortar uma fatia do bolo.

— A senhora parece mais feliz no último mês. Lembro-me de a ver toda chorosa. — Ela comenta.

— Talvez seja a gravidez. — Angélica assente. — Amanhã entro no terceiro mês! — Digo animada, vamos finalmente saber o sexo deles.

— Sua barriga parece que está mais avançada. — Nós rimos, realmente, minha barriga é maior do que a da maioria das mulheres nesse período da gravidez, mas entendo que é por estar carregando gêmeos. E também comer sem parar! Mas o que posso fazer? Angélica faz umas delícias.

Nas mãos do Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora